Foi realizada nesta quarta-feira (14/10) a primeira reunião da Comissão de Estudos que vai avaliar as condições do serviço de táxi na cidade de São Paulo. Presidida pelo vereador Senival Moura (PT), a comissão é uma iniciativa da Comissão de Transportes, em resposta a demandas recorrentes dos taxistas, relacionadas, principalmente, ao represamento de alvarás por parte da Prefeitura.
Neste primeiro encontro, compuseram a mesa, além do presidente, os vereadores Ricardo Young (PPS); Adilson Amadeu (PTB), relator da Comissão; Andrea Matarazzo (PSDB); Salomão Pereira (PSDB), vice-presidente da Comissão; e Vavá (PT).
O vereador Adilson Amadeu aproveitou a oportunidade para pedir que o presidente da SP Negócios, Rodrigo Pirajá, preste esclarecimentos sobre alguns dados apresentados na última quinta-feira (8), na coletiva de imprensa promovida pela Prefeitura sobre a sansão do projeto de lei 349/2014, que proibiu aplicativos de ‘carona paga’, como a Uber, no município. Na ocasião, Rodrigo expôs que na cidade há espaço para mais 15 mil novos carros de transporte individual. “Quero saber que estudos levaram a esta conclusão”, perguntou Amadeu.
Os parlamentares também concluíram que, juntamente com a presença de Pirajá, seria importante convidar o diretor do Departamento de Transportes Públicos (DTP), Daniel Telles, para também contribuir na discussão. Amadeu sugeriu ainda que uma pesquisa de opinião fosse feita, por iniciativa da própria Câmara Municipal de São Paulo, para que os cidadãos possam avaliar os serviços de transporte individual de São Paulo.
O vereador Ricardo Young (PPS) elencou alguns pontos que, para ele, devem nortear o trabalho desta Comissão de Estudo. O primeiro deles é a demanda reprimida e o comércio irregular de alvarás. “Ela existe? Se ela existe, de quanto é? Por que ela existe? Por que o DTP não tem liberado os alvarás de acordo com essa mesma demanda? Por que os alvarás são comercializados? Há falhas no sistema do DTP e da Prefeitura que estão permitindo essa comercialização ocorra?”, questionou o vereador.
O segundo tema proposto por Young foi o papel das frotas. “As frotas são realmente necessárias? Se elas são realmente necessárias, porque nem todos os taxistas têm carro, por que elas também possuem alvarás? Por que as frotas deveriam deter alvarás e não os motoristas diretamente? Então eu acho que vale a pena nós revisitarmos não só o conceito de frotas, mas das empresas que operam no sistema de transporte individual”, ponderou.
Em terceiro lugar, ele destacou a necessidade de pesquisar a natureza do trabalho que a Prefeitura faz. “Tem sentido a prefeitura gerir o sistema de táxi? Não deveria a Prefeitura se preocupar com a regulamentação, a supervisão do sistema, em termos e mecanismos mais modernos para a gestão do próprio sistema?”, disse.
Por último, Young colocou a importância de incluir as empresas de tecnologia no diálogo e lembrou a necessidade de se ouvir os taxistas de frotas. “Eles são a ponta penalizada no sistema como um todo porque, ao não terem alvará e ao não terem carro, acabam, muitas vezes, pagando volumes enormes para as empresas de frota e acabam tendo um trabalho análogo ao de escravo. Se conseguirmos escutar todos esses agentes do sistema, provavelmente o grupo de estudos poderá sugerir à Prefeitura um upgrade generalizado, de forma a melhorar o serviço como um todo”, concluiu.
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