terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Biblioteca Mario de Andrade volta a abrir as portas


A Biblioteca Mário de Andrade, que fica na Rua da Consolação, Centro de São Paulo, foi reinaugurada na terça-feira (25), dia do aniversário da cidade, após passar por uma reforma iniciada em setembro de 2007. A reabertura faz parte das comemorações do aniversário de 457 anos da cidade de São Paulo e contou com diversas apresentações especiais.

A biblioteca, que conta com um acervo de mais de 327 mil livros, ficou cerca de três anos em reforma e processo de modernização. Agora, ela conta com um catálogo totalmente informatizado.

Estima-se que no total, incluindo livros, periódicos, mapas e multimeios, a biblioteca possua aproximadamente 3,3 milhões de itens. As obras do Plano Integrado de Modernização e Restauro da Mário de Andrade custaram R$16,3 milhões, de acordo com a Prefeitura de São Paulo.


A Mário de Andrade foi fundada em 1926, a partir do acervo da Câmara Municipal de São Paulo, e foi instalada na rua 7 de Abril. Quinze anos mais tarde foi transferida para a rua da Consolação, 94, no edifício que havia sido projetado para abrigar a biblioteca municipal. O nome em homenagem ao escritor Mário de Andrade (1893-1945) só foi adotado na década 1960.

O vereador Claudio Fonseca, líder do PPS, sempre defendeu com entusiasmo no plenário da Câmara o Projeto de Lei 488/09, do Executivo, que reorganiza a Biblioteca Mário de Andrade em toda sua estrutura física e pessoal. O projeto foi promulgado em dezembro de 2009.

Serviço

Biblioteca Mário de Andrade - Circulante.
Endereço: Avenida São Luís, 235, no centro de São Paulo (SP)
E-mail: circbma@prefeitura.sp.gov.br
Site: http://www.bma.sp.gov.br
Empréstimos: dois títulos por usuário pelo período de 14 dias, com possibilidade de uma renovação pelo mesmo período
Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 8h às 20h30; sábados, das 10h às 17h

Primeira caminhada pelos marcos históricos da Câmara


Um passeio nos lugares que sediaram a Câmara Municipal de São Paulo, ao longo de sua história, marcou a participação da Casa nas comemorações dos 457 anos da capital

Sítio da Câmara
Foto - Juvenal Pereira/CMSP

Mais de 70 pessoas caminharam pelos principais endereços do Legislativo paulistano em seus 450 anos de história. O passeio, realizado na manhã do dia 25 de janeiro, começou pelo Palácio Anchieta, sede da Câmara Municipal desde 1969, no bairro da Bela Vista, e seguiu pelo centro até a Praça Dr. João Mendes, que abrigou a Casa dos Vereadores no período de 1787 a 1897, quando ainda era chamado de Largo São Gonçalo Garcia. A Câmara Municipal funcionou nesse endereço durante 103 anos.

O passeio continuou até a Rua do Carmo, sede da Câmara Municipal entre os anos de 1770 a 1777. “À época, duas casas consideradas as melhores da cidade”, completou o guia turístico Laércio Cardoso de Carvalho. Em seguida, o grupo visitou o Palacete Prates, na Rua Libero Badaró, onde o Legislativo funcionou entre 1914 e 1930, e depois, entre os anos de 1948 e 1969.

Outro endereço visitado pelo grupo foi a esquina da Rua XV de Novembro com a Rua do Tesouro, sede do legislativo entre 1897 a 1914. O sobrado de dois andares em estilo clássico, com largas janelas foi construído por João Teodoro Xavier, em 1874, para abrigar a Escola Normal. Na época, A Câmara Municipal era formada por dezesseis vereadores com mandato de três anos.

Quem participou do passeio foi recebido pelos integrantes da Mesa Diretora: o presidente da Câmara, vereador José Police Neto (PSDB), o segundo vice-presidente Claudio Prado (PDT), o 1º secretário Netinho de Paula (PCdoB), o 1º suplente Ushitaro Kamia (DEM), o corregedor Marco Aurélio Cunha (DEM), o vereador Eliseu Gabriel (PSB) e Aníbal de Freitas (PSDB), que vai assumir uma cadeira no Parlamento. Os parlamentares acompanharam todo o passeio que foi encerrado na Praça do Patriarca.

“O vereador deve estar ao lado do povo. Aqui, durante a caminhada as pessoas nos perguntam sobre o que a gente vai oferecer para a cidade”, afirmou o presidente Police Neto. “Visitamos pontos da região central para lembrar a nossa história e para construir no presente uma cidade mais justa”, completa.

O passeio terminou na Praça do Patriarca. Vale lembrar que o Pateo do Colégio, berço da Casa Legislativa entre os anos de 1575 a 1619. No local funcionava o colégio jesuíta para catequese formado por missionários da Companhia de Jesus, liderados por Manuel da Nóbrega. A construção da primeira sede própria da Câmara teve início em 1575. O edifício era pequeno e rudimentar, feito de taipa de pilão, com telhado coberto de sapé.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

1ª Caminhada pelos marcos históricos do Parlamento Municipal de São Paulo


Passeio guiado a pé pelo centro da capital revela a história da Câmara Municipal de São Paulo em sete lugares que foram sedes da Casa Legislativa nestes 450 anos do parlamento


No dia 25 de janeiro, às 10 horas, a Câmara Municipal de São Paulo faz uma homenagem ao aniversário da cidade e oferece aos moradores e turistas um passeio a pé guiado pelo centro da capital para visita aos marcos históricos do Parlamento Paulistano. No roteiro, o endereço de sete das dez sedes que a Câmara Municipal ocupou nestes 450 anos de história.

O passeio começa no Palácio Anchieta, sede da Câmara Municipal desde 1969, no Viaduto Jacareí, bairro da Bela Vista, e segue pelo centro até chegar ao Pateo do Colégio, berço da Casa legislativa.

A caminhada terá como guia principal Laércio Cardoso de Carvalho, com apoio de outros guias de turismo, que fazem dos roteiros a pé pelo centro uma ótima opção de lazer e oportunidade para conhecer mais da nossa história.


Caminhada Noturna

O passeio pelos Marcos do Legislativo é a continuidade do programa “Caça aos fantasmas do Centro de São Paulo”, evento especial realizado pela Caminhada Noturna (www.caminhadanoturna.com.br). Quem quiser ouvir histórias de causar calafrios pode se reunir na escadaria do Teatro Municipal a 0 (zero) hora do dia 25.

Serviço

1ª Caminhada pelos marcos históricos do Parlamento Municipal de São Paulo

Partida: 10 horas
Concentração: Câmara Municipal de São Paulo, Viaduto Jacareí, 100, Bela Vista
Participação gratuita
Informações: 3396- 4900

domingo, 2 de janeiro de 2011

José Police Neto assume a Câmara Municipal de São Paulo

Fotos: Marcelo Ximenez (CMSP)

Quem passou na frente da Câmara Municipal de São Paulo neste primeiro dia do ano percebeu que a “Casa do Povo” não é a mais a mesma. As mesas de café da manhã colocadas à entrada do hall principal, as notas musicais do chorinho e de canções inesquecíveis da MPB, e o bate-papo descontraído dos convidados e autoridades – longe das amarrações dos cerimoniais – simbolizam o começo de uma nova era no legislativo paulistano. Aberta ao povo, para falar e ouvir. Mais do que isso, a posse de José Police Neto à presidência da Casa representa um novo futuro para a Câmara Municipal, um divisor de águas na relação do parlamento com a sociedade.

“Temos de ser capazes de trazer todos os segmentos da sociedade e, em especial, aqueles aos quais faltam as mais básicas necessidades para uma vida digna”, disse Police Neto em seu discurso de posse (abaixo, a íntegra) realizado na sessão solene de posse da nova Mesa Diretora da Câmara realizada na manhã deste sábado (1/1). “Saber servir é uma tarefa de humildade, muito mais do que de competência. De ideal e não de ambição”, afirmou.

Presente ao evento, o líder do PPS, Professor Claudio Fonseca, saudou a posse dos novos membros da Câmara e afirmou esperar que a Casa realize diversos debates com a população, com a sociedade civil, formulando leis e legislando para o benefício de toda a maioria.


A nova Mesa Diretora é formada pelos vereadores Antonio Goulart (1º Vice-Presidente / PMDB), Cláudio Prado (2º Vice-Presidente / PDT), Netinho de Paula (1º Secretário / PCdoB), Atílio Francisco (2º Secretário / PRB), Ushitaro Kamia (1º Suplente / DEM), Adolfo Quintas (2º Suplente / PSDB).

Na cerimônia, o vereador Marco Aurélio Cunha (DEM) tomou posse no cargo de presidente da Corregedoria Geral da Câmara, que é composta ainda pelos seguintes membros: vereadores Ricardo Teixeira (PSDB), Eliseu Gabriel (PSB) José Américo (PT), Celso Jatene (PTB), Wadih Mutran (PP), Antonio Carlos Rodrigues (PR) e pelos suplentes Adilson Amadeu (PTB) e Toninho Paiva (PR).


A vice-prefeita Alda Marco Antonio, o desembargador Antônio Carlos Malheiros, do Tribunal de Justiça; os secretários municipais de Esportes, Walter Feldman; de Habitação em exercício, Elizabeth França, o secretário adjunto da Saúde, José Orlando, o conselheiro Paulo Planet Buarque, do Tribunal de Contas do Município, além de outras autoridades e personalidades, prestigiaram o evento.

Discurso da posse do presidente José Police Neto


"A poetisa Adélia Prado disse em um de seus textos: “Eu, se fosse governo, subia num tamborete, batia palma e gritava bem alto pra todo mundo escutar. Quando todo mundo ficasse quieto pra ouvir eu dizia que programa administrativo não é Deus, é o tipo de coisa que só funciona com muita ajuda. Não ia fazer nada sozinho, porque não sou bobo. Conferia numa assembleia que não ia ter recesso enquanto não me dessem, por escrito, quantos meninos sem escola, quanto pai de família sem emprego, quanto homem e mulher que fosse amarelo, feio, sem dente, sem saúde, sem alegria. Quando estivesse tudo isto no papel dava meia hora de descanso e ia de novo presidir eles arranjarem um jeito de acabar com esta tristeza”.

Não consigo pensar em melhor programa que este da poetisa.

Em primeiro lugar temos de ser capazes de trazer todos os segmentos da sociedade para este diálogo: sindicatos, associações de moradores, entidades da sociedade civil, grupos de defesa das minorias, os intelectuais dos centros de ensino e pesquisa e, em especial, aqueles aos quais faltam as mais básicas necessidades para uma vida digna. Absolutamente todos os segmentos desta cidade que devem saber que tem o direito de falar aqui nesta Casa e, mais do que isto, tem o direito de ser ouvido. Porque é muito distinto falar e ser ouvido, é até relativamente fácil dar direito a palavra a todos, já ouvir aquilo que é dito por quem usa deste direito exige um degrau a mais de dedicação.

E isto significa também fazer todas as pessoas que vêem o mundo a partir de ângulos tão distintos ouvir umas às outras, prestar atenção não só no que diz, mas no que é dito pelo outro.

É este exercício de ouvir e pensar sobre o que o outro diz que transforma o burburinho de multidões se entrechocando em um diálogo na busca de soluções.

O futuro de São Paulo não precisa ser um jogo de soma-zero, como diria um cientista político, ou um cobertor curto que cada um tenta puxar pro seu lado, como diz a expressão popular. Ele pode vir a ser um abrigo seguro para os milhões de cidadãos que vivem aqui na medida em que possamos deixar de ser bobos, como disse a poetisa, e enxerguemos que não é coisa que se pode fazer sozinho.

A diversidade de ângulos e ênfases é ao mesmo tempo a enorme força e a terrível fraqueza da Democracia. Os primeiros adversários da Democracia, os filósofos gregos, já diziam que ela era impossível por conta das múltiplas opiniões e variável humor da multidão; mas desde aquela época e até hoje as democracias vem triunfando pela sua capacidade de mobilizar todos estes segmentos diversos na defesa de algo que eles sabem que pertence a todos.

O conflito é inerente a democracia, as duas coisas não podem ser separadas. Embora tantos discursos apregoem – ainda mais em um dia como hoje – a convivência, a harmonia, estes momentos de consenso estão condenados a ser efêmeros e é bom que assim seja porque a sociedade só pode evoluir quando estas visões diversas se confrontem e produzam a síntese que seja melhor, ou ao menos mais completa, que as ideias originais.

Este conflito é a raiz do próprio movimento, da evolução de tudo, mesmo na natureza. Não houvesse antagonismo e síntese e o planeta ainda seria habitado só por amebas. Quando se trata das sociedades ele se torna ainda mais acirrado e urgente.

Os interesses de todos os cidadãos paulistanos não são os mesmos. Grupos diferentes lutam para terem prioridade na distribuição de recursos escassos, a começar pelo espaço urbano e terminando com a política que será implementada. Em outras palavras, o choque não é só por questões políticas e ideológicas mas tem em seu cerne questões bem objetivas.

Aquilo que nos caracteriza, o que dá a esta Casa a razão de existir, não é a ausência do conflito, mas o método de resolvê-los, de produzir a síntese, através do diálogo, pela palavra, pela argumentação, pela persuasão.

Precisaremos de muita coragem. Não a coragem dos fortes, mas sim a dos Justos; Não a coragem da valentia, e sim a da Generosidade.

Certamente falar sobre isto é mais simples do que fazer. É por isto que gostaria de voltar ao “programa” da Adélia Prado. Em primeiro lugar a poetisa nos diz que precisamos estudar a situação, levantar exaustivamente os dados que demonstram o tamanho da nossa missão, a imensidão da nossa dificuldade em atingir o mais básico dos objetivos, contemplado em todas as ideologias: garantir uma vida digna e feliz a todos que habitam a cidade que governamos em nome deles.

Fico aqui pensando em quantos e quantos destes conflitos não poderiam ser resolvidos tendo esta sabedoria como aliada, quantas vezes mil formas diferentes de atingir um objetivo não poderiam ter se reduzido a um caminho comum utilizando os dados e a capacidade de análise e interpretação daqueles que se dedicam a buscar o conhecimento nas instituições de ensino e pesquisa, nos corpos técnicos estáveis dos órgãos públicos e em outros organismos destinados a entender a cidade.

Saber servir é uma tarefa de humildade, muito mais do que de competência. De ideal e não de ambição.

É neste cenário, a partir do programa traçado pela poetisa, que se tem de pensar o processo legislativo. Não como um processamento industrial no qual em uma ponta entra um projeto de lei e no outro sai uma lei pronta só cumprindo um trâmite burocrático. Mas como um problema sobre o qual todos nós paulistanos vamos falar, ouvir o que os outros tem a dizer, se debruçar sobre ele estudando-o para lá no final chegar na síntese que atinja o objetivo final: o esforço de construir, a cada dia, com todos os homens e mulheres uma cidade mais justa e mais feliz.

Que possamos ser capazes de permanecer lúcidos e firmes no nosso propósito de olhar para o outro e não só para nós mesmos, de ouvir, respeitar e criar os vínculos que se façam necessários para o melhor desenvolvimento desta maravilhosa cidade batizada de São Paulo".