O líder do PPS na Câmara Municipal, vereador Professor Claudio Fonseca, usou a tribuna da Casa na terça-feira (6/11) para falar da importância do 23º Congresso de Educação, realizado no Palácio das Convenções do Anhembi, e organizado pelo Sinpeem - Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo, entidade da qual é presidente. “Nesta edição debatemos a Educação como um compromisso do Estado e também da sociedade”, disse. Leia aíntegra do discurso abaixo.
"Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, público que nos acompanha na galeria, os que nos acompanham pela TV Câmara São Paulo e os que nos leem no Diário Oficial, meus cumprimentos.
Quero registrar a minha satisfação, a alegria de recepcionar S.Exa, o Sr. Presidente desta Casa, hoje, pela manhã, na abertura do 23º Congresso Anual de Educação organizado pelos profissionais associados ao Sinpeem - Sindicato dos Profissionais de Educação do Ensino Municipal de São Paulo.
Nesta edição debatemos a Educação como um compromisso do Estado e também da sociedade. Uma cidade como São Paulo não pode deixar de encarar a Educação como fator estratégico para o desenvolvimento humano, para o desenvolvimento da sociedade, da Nação. Assim nós encaramos a discussão que se realiza hoje na cidade de São Paulo, no Estado de São Paulo, no Brasil relativamente às responsabilidades dos entes federados com uma educação de qualidade, para encararmos não só os desafios postos neste mundo de novas tecnologias - como a informática, a robótica, a microeletrônica - como também as mudanças de paradigmas quando ao comportamento das pessoas, das famílias e das relações que se estabelecem entre as instituições.
Talvez seja uma pretensão nossa, mas desejamos que o nosso congresso - que se realiza no Palácio das Convenções do Anhembi - possa municiar os profissionais de Educação para interpretar a nova realidade, agir e interagir com ela promovendo alterações no sistema educacional. Claro, não é tarefa simples, não é tarefa para parte da sociedade, mas para todos os homens e mulheres que encaram de fato a necessidade de termos uma Educação de qualidade e modificarmos a estrutura existente no sistema de ensino.
Constatava-se, no passado, em exames que aferiam aprendizagem dos alunos, que a reclamação era que as crianças que concluíam o Ensino Fundamental não sabiam ler e escrever.
Posteriormente, constatou-se que muitos que concluem o Ensino Médio também o fazem sem saber ler ou escrever, e agora se dá conta que o mesmo acontece com alunos que concluem o Ensino Superior. Mas isso não é um problema dos alunos ou dos professores, mas da Nação, que precisa encarar o desafio de ofertar educação de qualidade que permita a todos ler, escrever e calcular, e não transformá-los em potenciais consumidores, pois assim essas pessoas poderão, por meio da educação, ver na vida a possibilidade de interagir com a sociedade e de provocar transformações que proporcionem o bem-estar a todos.
Para isso é preciso haver educação pública gratuita, laica e de qualidade para todos e em todos níveis. Não podemos encarar a educação como um produto, enquadrando-a nas relações mercantis. Embora se fale em uma educação que se equipare à qualidade do ensino privado, não podemos ter isso como referencial, porque não é absoluto. Isso porque há escolas particulares que pouco ensinam e que pouco aprendem, considerando essa ser uma relação dialética e dialógica entre quem ensina e quem aprende. E a escola pública, eu acredito nisso, ainda é o melhor ambiente para que se estabeleça uma relação desprovida de interesses econômicos, desprovida das relações mercantis, onde a sinceridade nos objetivos de ensinar pode se dar sem nenhum temor, sem nenhuma pressão, permitindo que os educadores cumpram o seu papel. É isso que faremos nesses quatro dias no Palácio das Convenções do Anhembi.
Faço um apelo, inclusive, para que todas as autoridades vejam, por meio do investimento na educação, a possibilidade de recuperar a qualidade de ensino. Já tivemos maus exemplos, dados por vários governantes, que confundiram o papel da educação com o papel da assistência social, e daqueles que subtraíram parcelas do orçamento destinado à manutenção e desenvolvimento do ensino para socorrer aqueles que pouco ou nada possuem. Mas acredito que a principal riqueza que você pode oferecer às pessoas é a possibilidade de ter uma educação que lhes permita se defender, inclusive daqueles que querem explorá-las, beneficiando-se da inconsciência ou da falta de conhecimento alheio, tornando-os reféns de penduricalhos, e até de políticas de cessão de determinadas migalhas que caem das mesas dos poderosos, mantendo-os, assim, dependente e vinculados, às vezes até por meio do encabrestamento do voto.
Meus cumprimentos a todos os educadores da Cidade e do Estado de São Paulo, e também do Brasil, principalmente àqueles que colocam para si a tarefa desafiadora de mudar a qualidade da educação no Brasil. Muito obrigado, Sr. Presidente.
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