quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Capacitação e diálogo por um empreendedorismo transformador


A vida econômica da cidade de São Paulo fervilha. Todos os dias inúmeras empresas iniciam suas atividades, enquanto muitas outras encerram. Em meio a este turbilhão, nos últimos anos ganharam força as iniciativas que aliam criatividade e inovação. São Paulo se tornou um celeiro de empreendedorismo. Entender como o poder público pode contribuir para a multiplicação e o fortalecimento destas atividades foi o objetivo da Segunda Paulistana – Empreendedorismo que Transforma, realizada na segunda-feira (10/11) pelo mandato do vereador Ricardo Young, na Câmara Municipal de São Paulo.

O empreendedorismo nesta, que é uma das maiores cidades do mundo, se apresenta de inúmeras formas. “Os jovens paulistanos cada vez mais empreendem. São hubs, incubadoras, startups. Pessoas com ideias na cabeça fazendo coisas incríveis”, destacou Ricardo. Ele lembrou ainda que empreender pode ser uma forma de solucionar problemas sociais. “É uma ferramenta de descentralização do emprego, o que impacta positivamente na mobilidade urbana. Além disso, só para citar um exemplo, muitas mulheres empreendem em suas casas e assim deixam de necessitar de creches, que é um serviço bastante deficitário na cidade”.

Os desafios e necessidades que uma população tão numerosa faz surgir tornam a capital paulista um terreno fértil para o empreendedorismo e as organizações que fomentam estas iniciativas sabem disto. Estiveram presentes no debate representantes de entidades como Ashoka Empreendedores Sociais, Endeavor Brasil, Achievement, Aliança Empreendedora e Yunus Negócios Sociais. Todos têm olhado com atenção para a cidade e foram uníssonos em afirmar que a capacitação e o diálogo são fundamentais para que as ações empreendedoras se multipliquem.

“Precisamos muito de políticas públicas que vão ao encontro disto. O ecossistema precisa ser formado. O empreendedor precisa encontrar apoio”, disse Cristina, da Aliança Empreendedora. 

Diversas iniciativas de sucesso foram apresentadas ao longo do diálogo. O Fundo Zona Leste Sustentável provou que o empreendedorismo pode ser indutor da sustentabilidade. “Financiamos iniciativas empreendedoras e, quanto mais sustentabilidade há no projeto, menor é o valor que será devolvido ao Fundo”, contou Gabriel.

Em meio a muitos exemplos, ficou evidente o abismo que há entre a formação acadêmica tradicional e a realidade do empreendedorismo. “É comum que jovens que querem empreender se frustrem na universidade. O modelo de capacitação ainda é muito calcado na formação de mão de obra qualificada para o mercado de trabalho”, comentou o professor Marcos Hashimoto, que dá aulas e palestras sobre empreendedorismo em todo o Brasil. Para ele “empreendedorismo não se ensina, mas se aprende. Não dá para ensinar criatividade, a pensar fora da caixa, mas dá para falar sobre como fazer negócios. O papel do educador é criar situações simuladas para que o aluno se inspire”.

Os avanços obtidos nos últimos anos foram lembrados no debate. “A criação do formato jurídico Microempreendedor Individual (MEI) e o investimento das instituições bancárias no microcrédito são pontos muito importantes”, recordou Ricardo.

Por fim, o vereador destacou que há na Câmara muitos projetos de lei que abordam o empreendedorismo. Contudo, segundo ele, falta qualidade nos textos. “Por isso, convido a todos os presentes para formamos um grupo de trabalho sobre um tema e pensarmos juntos um estatuto municipal do empreendedorismo”, disse.

Gabriela Fernandez, coordenadora da Semana Global do Empreendedorismo, movimento co-realizador do evento, encerrou dizendo que “quereremos promover mudanças e realmente causar impactos positivos. É importante que as iniciativas sejam divulgadas e que exista diálogo com bancos, com poder público e com financiadores. Para nós, empreender é ter um sonho e colocar a mão na massa para alcançá-lo. Digo a todos que não deixem nenhum obstáculo ser maior do que seus sonhos”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário