Depois de o prefeito Fernando Haddad ter vetado a lei que obrigaria as escolas da rede municipal a compor 30% da merenda por alimentos de origem orgânica, três dos integrantes da Frente Parlamentar pela Sustentabilidade da Câmara revisaram o projeto, que será novamente avaliado pela Casa.
Protocolado pelos vereadores Gilberto Natalini (PV), Nabil Bonduki (PT) e Ricardo Young (PPS), o novo texto não especifica a quantidade de orgânicos a ser inserida na merenda escolar, mas mantém a iniciativa de diminuir a ingestão de agrotóxicos pelos estudantes.
Diversos estudos comprovam que o uso dos aditivos nos alimentos é responsável por gerar doenças como câncer e diminuir a imunidade do organismo. “Não temos noção do tamanho do nosso inimigo. Uma pequena quantidade de agrotóxicos pode causar danos para a vida toda. A exposição pode gerar anemia, diminuição de plaquetas e aplasia de medula. A educação é o melhor caminho para que haja mudança”, afirma Silvia Brandalise, pediatra e pesquisadora do combate ao câncer no Centro Domingos Boldrini.
O prefeito Fernando Haddad havia argumentado que o principal motivo do veto seria a produção de orgânicos em baixa escala no país, menos de 2% do total, insuficientes para atender os cerca de 1,3 milhão de refeições dos alunos da cidade.
O novo texto, porém, pretende estimular a produção desse tipo de agricultura justamente com a adesão por parte das escolas. A ideia é ampliar o cultivo de pequenos produtores que já fornecem orgânicos, bem como permitir a migração de distribuidores de alimentos convencionais para o modelo isento de agrotóxicos.
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