Representantes da Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher realizaram na manhã de sexta-feira (8/8) uma visita ao Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM) para avaliar a situação do estabelecimento, que, segundo denúncias do Sindicato dos Professores, tem prestado atendimento precário aos seus usuários.
O vereador Ricardo Young, líder do PPS, participou da visita, juntamente com o presidente da Comissão, vereador Rubens Calvo (PMDB). Os demais vereadores membros do grupo enviaram representantes.
O HSPM foi fundado em 1947 para atender cerca de 40 mil usuários e, atualmente, presta assistência a aproximadamente 250 mil pessoas. “Além disso, o hospital desde 2004 também atende, no pronto-socorro, a população em geral”, explicou a superintendente do HSPM, Regina Lúcia Pedro Athie. O atendimento da população foi determinado pela lei 13.766 de 2004.
Segundo Regina, a sobrecarga e a falta de investimentos impediram que o hospital mantenha o seu nível de excelência e atualização tecnológica. “O local está no seu limite estrutural, não correspondendo às normas técnicas, por decorrência dos vários problemas financeiros. Deixou também de ser atrativo para os jovens médicos não somente pela baixa remuneração que oferece, mas, sobretudo, pela estrutura que se mostra arcaica”, enfatizou a superintendente. Ela destacou ainda que cinco salas de cirurgia não estão funcionando e que a fila de espera por uma cirurgia é de três meses a um ano.
Como ferramenta para ajudar a solucionar a questão, foi destacada a criação de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na região. Os recursos para a construção da UPA já foram disponibilizados pelo Governo Federal, contudo, a Prefeitura de São Paulo está com dificuldade para encontrar um terreno adequado.
Com a criação da UPA, seria possível que o atendimento do Hospital voltasse a ser destinado apenas a servidores públicos. Este novo quadro permitiria a negociação com os servidores para que seja realizada uma contribuição de 2% de seus salários, o que seria um incremento de renda de R$ 200 milhões por ano ao orçamento do HSPM, que atualmente é de R$ 219 milhões .
Esta contribuição já era realizada antigamente. Contudo, uma lei municipal da gestão Kassab (Lei 14.661 de 2007) dispensou os servidores do pagamento, que na época era de 3%.
Ainda assim, de acordo com Regina, para voltar a atender com excelência, o Hospital precisaria de uma expansão. Para a realização da obra e aquisição dos equipamentos a Prefeitura precisaria investir cerca de R$ 130 milhões. “O nosso problema maior não é o fato de atendermos os munícipes e sim a necessidade deste investimento”, enfatizou a superintendente.
A Comissão de Saúde se comprometeu a ajudar no diálogo entre todas as partes envolvidas neste processo. O primeiro passo será a realização de uma audiência pública, que vai ouvir representantes do Ministério Público, sindicatos dos servidores e Prefeitura Municipal. “A solução proposta é um ganha-ganha. Os servidores voltam a ter um bom serviço, o Hospital dobra o orçamento anual e a população continua sendo atendida. Vamos nos esforçar para que tudo ocorra desta forma”, declarou o vereador Ricardo Young.
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