terça-feira, 27 de outubro de 2015

PPS participa de atos que lembram os 40 anos de morte de Vladimir Herzog

  

O Partido Popular Socialista, representado pelo seu vereador Ricardo Young, participou nesta segunda-feira (26/10) de dois eventos representativos e marcantes para aqueles que defendem a democracia como valor universal: a reinauguração da Praça Vladimir Herzog e o lançamento do relatório final da Comissão da Verdade Vladimir Herzog. As duas cerimônias, que fizeram parte dos atos que lembram os 40 anos da morte de Herzog, contaram com a presença da viúva, Clarice, e do filho Ivo, que também é presidente do Instituto que leva o nome do pai, jornalista morto pelo regime de repressão em 1975.

A praça, que havia sido inaugurada em 2012, foi reaberta oficialmente em uma cerimônia que contou com a presença de figuras importantes e que tiveram papel de destaque no período sombrio do regime militar pós 64: o artista Elifas Andreato (responsável pelo painel “25 de Outubro”), o cineasta João Batista de Andrade, o ex-deputado federal José Aníbal, Tereza Lajolo (ex-vereadora e presidente da Comissão da Verdade da Prefeitura de SP), Adriano Diogo (ex-deputado e presidente da Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva), entre outros. 

Em breve, o local, que fica localizado ao lado da Câmara e em frente à Praça da Bandeira, receberá uma estátua de bronze representando Vlado e de autoria de Elifas Andreato (foto ao lado com Clarice Herzog). 

“O memorial em homenagem a Vladimir Herzog é um memorial à luta contra a ditadura e sobre a possibilidade da liberdade que a democracia nos trouxe. Em tempos de dificuldade com a democracia, muita gente tende a olhar para este período com olhar nostálgico e isso é um erro trágico”, disse Young.

Relatório Final

À noite, no plenário Primeiro de Maio da Casa, o presidente da Comissão da Verdade Vladimir Herzog, Gilberto Natalini (PV), entregou ao povo o relatório final da Comissão que, entre tantos esclarecimentos, concluiu que o ex-presidente Juscelino Kubitschek foi morto pela Ditadura, ao contrário do que sustentou a Comissão Nacional da Verdade. “O levantamento federal despreza evidências, testemunhos e provas da investigação da Comissão Municipal”, disse Natalini. Duas figuras chaves desse enredo também foram homenageadas nesta noite: o motorista de JK no dia do assassinado, Josias Nunes de Oliveira – que por muitos anos levou a culpa pelo fato, e Serafim Melo Jardim (na foto, à esquerda), secretário particular de JK em seus últimos nove anos de vida e ex-chefe de gabinete durante seu governo em Minas Gerais, que sustenta a versão de que o "presidente bossa nova" vinha sendo vigiado pelo regime fardado e que corria risco de morte. 

O relator da Comissão, vereador Mario Covas Neto (PSDB), lembrou o episódio da prisão do seu pai, o ex-governador Mario Covas, quando líder da minoria da Câmara dos Deputados nos anos 70. 

“Ele ficou 15 ou 20 dias preso, incomunicável, aqui em Cumbica, e minha mãe descobriu que o motivo da prisão era o fato dele ser testemunha em um processo. Isso me chamou atenção, porque se a testemunha era tratada daquele jeito, imagina o réu?”, questionou.

“Recordar é viver e reviver o drama relatado pelos depoimentos dos personagens da época não nos permite, em quaisquer hipóteses, conceder qualquer espaço para flertes com um Estado ditatorial e terrorista. Nunca mais!”, disse Ricardo Young, integrante da Comissão. Para ele, o trabalho do relatório final entregue à sociedade é “um dos mais importantes feitos dessa legislatura”.

Gilberto Natalini relembrou momentos marcantes da Comissão, como as oitivas com agentes do aparelho repressor, e a cerimônia belíssima que devolveu o mandato de 42 vereadores cassados por perseguição política de governos autoritários entre os anos de 1937 e 1969, entre eles o presidente de honra do PPS, o companheiro Moacir Longo. Natalini foi preso político no Doi-Codi, junto com Longo, e felizmente os dois continuam caminhando na luta ao lado de todos aqueles que respeitam o direito à vida e à democracia.


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