quinta-feira, 20 de março de 2014

Mudança de linhas prejudica usuários de ônibus, que alegam falta de diálogo por parte da Prefeitura

Um grupo de moradores da Vila Gomes, na Zona Oeste, reivindicou na quarta-feira (19/3) na reunião da Comissão de Trânsito e Transportes a volta da linha de ônibus Jardim Miriam-Vila Gomes. Os usuários, na maioria idosos, questionam a intervenção da Prefeitura, alegando falta de diálogo com a população. A reestruturação de linhas feita pela gestão Haddad vem sendo alvo de críticas de parte da população há alguns meses, insatisfeita com cortes e mudanças sem avisos. O vereador Ricardo Young (PPS) levou o pleito dos moradores à Comissão, através de um requerimento que pedia o retorno da linha. 

O parlamentar ainda propôs aliar o tema da atenção aos idosos à questão da mobilidade. “A população da cidade está envelhecendo, mas parece que São Paulo não sabe lidar com essa parcela da população. Idosos não pagam ônibus e essa linha pode ter sido considerada deficitária por isso. Mas essa questão está muito além do interesse econômico. É uma questão social e se faz necessário um olhar sobre o prejuízo causado por uma mudança como essa” apontou.

Funcionando há cerca de 30 anos, a linha 577T foi desativada em outubro do ano passado. “Sofremos uma série de consequências com o corte da linha. Temos a segunda população mais idosa da cidade de São Paulo. O trajeto passa por 15 hospitais que atendem necessidades dessa população”, declarou Givanildo, morador do bairro.

O vereador Senival Moura (PT), presidente da Comissão, tentou justificar a escolha do governo. “O prefeito nem sabe quais linhas estão sendo mudadas. Quem decide isso é um corpo técnico, que age de maneira técnica”. O parlamentar ainda defendeu a criação dos corredores ônibus que estão previstos para serem implantados em algumas regiões da cidade, mesmo com protesto de movimentos que alegam prejuízos aos comércios locais e desapropriações em massa. “Obviamente, para fazermos um omelete, precisamos quebrar os ovos”, argumentou.

“É óbvio, senhor presidente. O problema é quando se usa os ovos alheios para fazer omelete para você mesmo. Sem participação, é extremamente difícil estabelecer políticas efetivas de mobilidade. Precisamos saber com a SPTrans quais os critérios que se usa para mudar essas linhas”, disse Young. 

Os vereadores aprovaram o requerimento do líder do PPS que pede o retorno da linha de ônibus. O documento será enviado à SPTrans, que também será convidada pela Comissão para explicar o porquê das mudanças.

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