quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Frente Parlamentar discute os Planos de Bairro


Na reunião desta quinta-feira (3/9) a Frente Parlamentar pela Sustentabilidade da Câmara Municipal debateu a importância dos planos de bairro no planejamento urbano de São Paulo.

Para o urbanista Cândido Malta, os planos de bairro são o primeiro passo para a retomada da cidade para pessoas. “A criação das "ilhas de "tranquilidade" faz com que as pessoas voltem a tomar conta da cidade e não ficar somente presas em prédios”, afirmou.

Malta defende a criação de unidades de vizinhança, bairros planejados dentro da cidade. Atualmente, as Zonas Estritamente Residenciais (ZER) são o mais próximo das unidades de vizinhança que a cidade chegou. Para ele “o ideal seria que o poder público multiplicasse as ZERs pela cidade dando escala a este modelo. No entanto, a Prefeitura está andando no sentido contrário, acabando com as ilhas de tranquilidade, com os planos de bairro e com as ZERs.

Ao eliminar as ZERs sem um estudo de impacto e sem previsão de futuro, a Prefeitura está andando na contramão da cidade para as pessoas”, opinou o urbanista, que fez ainda uma apresentação do Plano de Bairro de Perus, que está sendo desenvolvido por ele nos últimos anos.

O engenheiro civil Ivan Maglio ressaltou em sua exposição a importância de combater o urbanismo predatório que vem destruindo os laços entre as pessoas na cidade, aspecto que, para ele, foi reforçados pelo Plano Diretor Estratégico (PDE) aprovado no ano passado. “O PDE não lê a cidade, ele propõe um adensamento sem uma leitura crítica do território. Territórios inteiros foram desmontados sem que as consequências fossem levadas em conta. Houve uma metropolização da cidade onde a generalização foi a regra, foram aplicadas as mesmas fórmulas em áreas muito diferentes da cidade. Nada foi pensado para territórios específicos”, criticou.

Maglio enfatizou ainda que o processo equivocado está se repetindo no zoneamento. “Estamos discutindo o futuro de áreas da cidade sem conhecer estas áreas. Quando não valorizamos os planos de bairro, não levamos em conta uma visão humanista do urbanismo”, disse o engenheiro, que revelou ainda o temor de que “assim como no PDE, prevaleçam na Lei de Zoneamento os interesses econômicos e não os da cidade”.

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