quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Young critica a negligência do Plano Diretor com a sustentabilidade

Líder do PPS na Câmara Municipal, vereador Ricardo Young criticou a política ambiental do prefeito Fernando Haddad (PT) em discurso realizado na sessão ordinária desta quarta-feira (27/11). O parlamentar também mostrou preocupação com o novo Plano Diretor Estratégico, que segundo ele, “não conversa” com a Lei das Mudanças Climáticas. “Isso é gravíssimo”, disse.

“Estou bastante preocupado com esse banho-maria que o Plano Diretor Estratégico está dando em todos os ambientalistas da Cidade, e daqui a pouco vamos acordar com um verdadeiro pesadelo”. 
Young afirmou ainda que a Prefeitura é negligente com a questão dos parques. “Estamos vendo uma série de problemas com os parques da cidade, pois além do Prefeito Haddad ter aberto mão do Plano de Implantação de Parques da cidade de São Paulo, percebe-se que um a um dos nossos parques está sendo negligenciado”.

Ao final, sugeriu que a discussão sobre o futuro da Avenida Paulista seja trazida “para o coração do Plano Diretor ”. Veja a íntegra:

“Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, quero falar sobre a audiência pública, realizada ontem, sobre as questões ambientais do Plano Diretor Estratégico. 

A audiência foi presidida pelo nobre Vereador Nabil Bonduki. Contamos com a presença de vários representantes dos movimentos ambientalistas e de sustentabilidade da cidade de São Paulo. O que tem impressionado é que há consenso por parte dos movimentos de que o Plano Diretor não contempla mesmo a questão da sustentabilidade, do meio ambiente. Todas essas ponderações e reflexões nos foram trazidas pela sociedade civil organizada. Há uma sensação de que se está colocando o pé na porta para que ela não feche de vez em relação à questão ambiental.

Um dos aspectos trazidos foi o fato de que o Plano Diretor Estratégico “não conversa” com a Lei das Mudanças Climáticas, e isso é gravíssimo. Sabemos que os objetivos da Lei das Mudanças Climáticas não estão sendo alcançados. E se essas metas não se articularem podemos ter situação muito desconfortável, uma situação de improbidade administrativa, uma vez que a Prefeitura não está cumprindo a lei. Faz-se urgente, portanto, a articulação do Plano Diretor Estratégico com a Lei das Mudanças Climáticas. 

É importante nas audiências públicas que não haja negligência, agora que vamos aprofundar a discussão para o PDE. Estamos vendo uma série de problemas com os parques da cidade, pois além do Prefeito Haddad ter aberto mão do Plano de Implantação de Parques da cidade de São Paulo, percebe-se que um a um dos nossos parques está sendo negligenciado. A começar pelo Parque da Vila Brasilândia. Também houve uma discussão sobre o Parque Cemucam, onde está um dos viveiros mais importantes da Cidade. Agora, a sociedade civil organizada está toda mobilizada em torno do Parque Augusta, e a única resposta do Governo é que não há recursos para desapropriações e que parques não são prioridade. 

Perguntem às suas famílias se parques, lazer, ar limpo, qualidade de vida e saúde não são prioridades. Então, estou bastante preocupado com esse banho-maria que o Plano Diretor Estratégico está dando em todos os ambientalistas da Cidade, e daqui a pouco vamos acordar com um verdadeiro pesadelo. 

Hoje de manhã estive num evento do Paulista Viva, do Rotary da região da Paulista e da OAB, onde discutíamos o papel da Av. Paulista no Plano Diretor Estratégico. Essa avenida talvez seja o espaço de maior identidade do paulistano. Quando o paulistano vai comemorar a vitória dos seus times, ele vai para aonde? Vai para a Av. Paulista. Quando há festa de Carnaval de rua, para aonde vai o paulistano? Vai para a Av. Paulista. Quando há comemoração de Natal e Ano-Novo? Vai para a Av. Paulista. Quando ele quer se manifestar democraticamente, para aonde que ele vai? Vai para a Av. Paulista. Portanto, a Av. Paulista é a própria alma da Cidade. Ser uma cidade multicêntrica não pode implicar na anulação, ou negligência, de um dos espaços mais importantes para a Cidade. 

Nesse evento de dois dias foi discutido o futuro da Av. Paulista e ali foi colocada claramente a necessidade de se tombar a Av. Paulista como patrimônio da cidade de São Paulo, transformando-a num boulevard, segundo os princípios mais modernos de urbanismo e sustentabilidade. 

Fica uma sugestão e uma provocação para os demais Colegas: vamos trazer a discussão sobre a Av. Paulista para o coração do Plano Diretor Estratégico, além da questão ambiental e da sustentabilidade, que lamentavelmente vem sendo desprezada. Obrigado, Sr. Presidente”. 

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