terça-feira, 7 de abril de 2015

Young destaca mobilização popular nas causas ambientais



Líder do PPS na Câmara, Ricardo Young usou a tribuna da Casa nesta terça-feira (7/3) e saudou a movimentação da sociedade civil que vem conseguindo êxito em suas demandas para a preservação de áreas ambientais na cidade. O parlamentar citou, como exemplo, a mobilização de moradores da região do Panamby, que reuniram 24 mil assinaturas contra a construção de um condomínio em área de preservação permanente ao lado do Parque Burle Marx. Após pressões popular e do Ministério Público Federal, a construtora Cyrela saiu definitivamente do projeto. 

“Se não fosse o envolvimento da população e se não fosse o acompanhamento da população, provavelmente aquela mata da região do Panamby teria sido completamente derrubada”, disse.

O vereador saudou também o empenho do Movimento Boa Praça, grupo que levou ao Colégio de Líderes a importância de se aprovar o PL 289/13, que prevê a gestão compartilhada das praças da cidade. Abaixo, a íntegra do discurso. 



“Sra. Presidente Edir Sales, Sras. e Srs. Vereadores, todos que nos ouvem, boa tarde.

Gostaria de falar sobre dois assuntos importantes na Cidade. Temos estado numa luta, numa batalha bastante grande, para a preservação do verde e do meio ambiente, e uma das grandes discussões que a Cidade tem, desde 2013, é o da construção na região do Panamby. Naquela região aconteceram diversas atrocidades desde então. É um empreendimento imobiliário que envolve a Cyrela, a Brookfield, a Camargo Corrêa e o Fundo Panamby de Investimentos.

É uma das regiões com maior adensamento na Cidade e, desde 2013, as comstrutoras – ou seus prepostos – têm, gradativamente, destruído aquela mata naquela localidade - inclusive, usando de expedientes lamentáveis como cortando árvores na madrugada, cavando buracos ao lado das árvores de 30 m de altura, com 70 anos de idade, para que, ao tombarem, pareça um acidente ou o envelhecimento delas.

A população se mexeu, o Ministério Público se mexeu e, hoje, aconteceu um fato inédito e eu, aqui, que tanto critico as empreiteiras, tenho de fazer um elogio à Construtora Cyrela que se retirou do projeto, negando-se a continuar, mediante o abaixo-assinado de mais 28 mil pessoas e à pressão do Ministério Público. Com isso, então, as obras, ali no Panamby, ficam paralisadas. A Brookfield e a Camargo Corrêa ainda continuam tentando licenciamentos, mas a saída da Cyrela é definitiva.

Isso enseja algumas reflexões. A primeira delas é: por que temos de chegar a esse ponto para resolver uma questão tão elementar como a preservação do verde na Cidade? Por que, de seu lado, as construtoras lançaram mão de expedientes ilegais para tentar derrubar, de qualquer forma, derrubar uma mata tombada? E mais: por que a população tem de se mobilizar da forma que se mobilizou, ou seja, entrar com ações judiciais e engajar o Ministério Público para manter o óbvio: a cobertura vegetal dessa cidade, que nós já, várias vezes, dissemos que vem sendo destruída?

Agora recentemente foi derrubada a liminar do Parque dos Búfalos. Mais uma vez, a população está se mobilizando. Há mais ações, etc. Então, nesse sentido, é muito importante o pleito que uma das fundadoras do Movimento Boa Praça trouxe ao Colégio de Líderes, o PL 289/2013, que prevê a gestão compartilhada das praças. Se não fosse o envolvimento da população e se não fosse o acompanhamento da população, provavelmente aquela mata da região do Panamby teria sido completamente derrubada.

Nós sabemos o estado da maioria das praças nesta Cidade, que estão completamente abandonadas. O pessoal da Boa Praça e de outras ONGs que estão preocupadas com a preservação do verde, na Cidade, estão trabalhando firme, juntamente com o Vereador Nabil Bonduki. Com a frente da sustentabilidade da Casa, foi desenvolvido o PL 289/2013, tão bem defendido por ela hoje na reunião de Líderes.

Eu gostaria de fazer um apelo aos Srs. Vereadores. Quando nós pautarmos esse projeto, que atentamente olhemos para ele e o aprovemos, como uma salvaguarda que a Cidade passa a ter, para que as poucas praças e parques que nós temos continuem sendo preservados. Essa lei é uma garantia de que, em o Poder Judiciário não tendo condições de zelar pelas nossas praças, a população fará isso, não à revelia do Poder Público, fará em conjunto com o Poder Público. Então, fica o meu apelo, para que aprovemos o PL 289/2013.

Gostaria que as construtoras, nesta Cidade, tivessem a mesma postura que a Cyrela teve, no caso da Panamby, retirando-se, quando reconhece que aquele empreendimento pode se constituir um crime ambiental. Muito obrigado”.


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