Um dos principais desafios da cidade de São Paulo é solucionar o problema da moradia – que vai desde melhorar as habitações que já existem até construir novas casas – sem que isso afete o meio ambiente. Para buscar respostas para essa questão, vereadores, especialistas e cidadãos se reuniram nesta segunda-feira (2/5), durante seminário “Segundas Paulistanas” — espaço de discussão promovido pelo vereador Ricardo Young (PPS) uma vez por mês na Câmara Municipal.
Para Young, a solução está na utilização de novas formas de saneamento, uso de energia e de água. “Não dá mais para pensar em habitação como construções em cima de um espaço territorial negligenciando a questão ambiental. A própria ocupação precisa reconstituir os serviços ambientais existentes ou que deixaram de existir. Esse é o principal desafio”.
Os números mostram que a tarefa não é fácil. Existem hoje na capital paulista 889.808 domicílios em situação precária que fazem parte da necessidade habitacional da cidade. Eles estão distribuídos em loteamentos irregulares (383 mil), favelas (381 mil), cortiços (80,3 mil), núcleos urbanizados (24,5 mil) e conjuntos habitacionais irregulares (20,7 mil).
Além disso, há a necessidade de se construir 133.291 novos domicílios. Os dados fazem parte dos estudos para o plano municipal de habitação da secretaria municipal de Habitação.
“Há um déficit de habitação enorme e, por outro lado, você tem áreas que necessitam ter preservação ambiental”, destacou o vereador Mário Covas Neto (PSDB), que também participou do debate. “O ideal seria você ocupar com habitação onde não há esse conflito, mas a realidade é que, na medida em que a população vai avançando para a periferia, ela ocupa exatamente essas áreas. E o poder público tem uma dificuldade de fiscalização e de impedir esse avanço”.
Áreas de Proteção Ambiental
O avanço de loteamentos clandestinos e de moradias sem estrutura é um dos principais problemas enfrentados por Simone Miketen, gestora da Área de Proteção Ambiental (APA) Capivari-Monos, no extremo sul de São Paulo.
Ela explica que já existem habitações na região, que precisam de melhorias, mas que devem ter uma infraestrutura diferente dos centros urbanos. “Você pode prover um tipo de saneamento alternativo ecológico. As estradas de chão não precisam ser asfaltadas. Elas podem ter qualidade com cascalho, alargamento. Energia elétrica pode ter outro caráter [mais sustentável]”.
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