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Fotos - RenattodSousa / CMSP
O tema do encontro “Segundas Paulistanas” desta segunda-feira (8/4), promovido mensalmente pelo mandato do vereador Ricardo Young – líder do PPS, foi a situação crítica do sistema Cantareira. Os reservatórios da represa atingiram o menor nível de sua história, com apenas 12,9% do volume máximo. E o racionamento de água já é realidade em alguns municípios atendidos pelo sistema, como Guarulhos.
Na opinião do parlamentar, o atual modelo de abastecimento da cidade é insustentável. “A tendência do governo é que se busque mais água, mais longe. Nós precisamos parar com isso. Nós precisamos criar mecanismos em que a própria cidade comece a captar recursos hídricos de outra forma. A crise é pra valer”, declarou Young.
O Cantareira é um dos maiores sistemas de abastecimento do mundo. Algumas de suas represas ficam a 150 km de distância da cidade, com parte das nascentes em Minas Gerais. Segundo a Sabesp, seus reservatórios fornecem água para mais da metade da população do município de São Paulo, totalizando 8,8 milhões de pessoas em todo o Estado.
Apesar da situação inédita, o assessor de gabinete da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos, Rui Assis, diz que medidas estão sendo tomadas para eliminar a possibilidade de racionamento na Capital. De acordo com o técnico, a Sabesp remanejou água dos sistemas Alto Tietê e Guarapiranga para auxiliar as reservas do Cantareira, além de tomar outras medidas para garantir uma chegada “com tranquilidade” ao próximo período das chuvas.
“Nós estamos trabalhando com o pior cenário possível. Nos estudos que realizamos, trabalhamos com a hipótese de que chova apenas 70% do mínimo histórico. Então é um cálculo bastante seguro”, argumenta Assis.
Rios escondidos
São Paulo é uma cidade cheia de água: o município possui 300 rios cadastrados, mas especialistas acreditam que o número real fique entre 400 e 500. No entanto, quase a totalidade destes cursos d’água foi aterrado ou poluído nos últimos dois séculos.
Para o biólogo César Pegoraro, do SOS Mata Atlântica, essa escolha é a grande culpada pela crise atual. “Isso deixa a gente em uma situação frágil e politicamente complexa. Porque hoje estamos precisando de água e temos que negociar com os vizinhos para trazê-la até aqui”, lamenta o ativista.
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