sexta-feira, 18 de abril de 2014

Young rebate petista e levanta suspeita de "quase-milícias"


Na véspera do feriado, o plenário da Câmara Municipal presenciou um debate acalorado entre os vereadores. A segurança pública centralizou as discussões, principalmente quando o vereador Reis (PT) sugeriu de maneira irresponsável uma greve da Polícia Militar de São Paulo – assim como ocorreu na Bahia.  

“Fiquei muito feliz com a greve dos policiais militares baianos e fico triste com a falta de coragem da Polícia Militar de São Paulo em fazer greve. Temos que enfrentar o Governo, porque as coisas não caem do céu (...) os policiais têm mais é que ir para cima, cobrar seus direitos (...) os policiais não podem mais deixar que a dinastia tucana faça o que vem fazendo com soldados, cabos, sargentos, investigadores e escrivães de polícia. Os policiais têm direitos e devem cobrá-los”, disse o parlamentar, que também é policial civil. 

Diante do discurso irresponsável do colega petista, o líder do PPS, vereador Ricardo Young, pediu a palavra para retrucar Reis e aproveitou para pedir que o PT esclarecesse seus métodos, citando as suspeitas de aparelhamento de um movimento a favor das faixas exclusivas. 

"Parece uma irresponsabilidade do PT incitar uma categoria tão sofrida para entrar em greve e tumultuar ainda mais essa cidade. Aliás, eu gostaria de perguntar para o líder do PT aqui, nobre vereador Alfredinho, quais são os métodos que o PT agora realiza?”, questionou o parlamentar referindo-se à audiência da Comissão de Transportes da última quarta-feira que recebeu o movimento dos moradores e comerciantes da Av. Lacerda Franco, quer lutam contra as faixas exclusivas de ônibus na região, e outro, aparelhado pelo PT, em defesa das faixas. 

“Tenho informações de que o grupo foi organizado por um ex-candidato a vereador de Heliópolis e que teria sido contratado há uma semana pela SPTrans. Eu não quero acreditar que o PT esteja usando esses métodos de intimidação e organização de quase milícias para sufocar movimentos legítimos da sociedade. Também não quero acreditar que o vereador Reis incite greve dos policiais. O senhor por acaso está feliz com o que está acontecendo em Salvador? Nós temos a responsabilidade, como homens públicos, de zelar pela harmonia, pelo bem estar e segurança pública”, disse. Veja abaixo a íntegra do parlamentar:

Sr. Presidente, quero parabenizar todos os Srs. Vereadores presentes por termos mantido o Pequeno Expediente e as falas das lideranças, porque a população de São Paulo se expressa pelos Srs. Vereadores.

Nesse sentido, eu gostaria de rejeitar, com todas as forças, a incitação que o nobre Vereador Reis acabou de fazer para que a Polícia Militar entre em greve. Parece-me irresponsabilidade do Partido dos Trabalhadores vir à tribuna incitar uma categoria, que já está tão sofrida, conforme as falas que ouvimos nesta Casa, a entrar em greve e tumultuar ainda mais esta Cidade - greve quase deflagrada, como vimos ontem.

Aliás, eu peço ao Líder do PT, nobre Vereador Alfredinho, que, com a sua competência e clareza sobre a estratégia do seu partido, nos explique quais são os métodos que o PT vem utilizando, porque o nobre Vereador Reis, que é um lorde, de conduta parlamentar fabulosa, vem incitar os policiais a entrar em greve.

Ontem, na audiência pública da Comissão de Transportes, houve um movimento legítimo da sociedade, o da Lacerda Franco, reivindicando que a CET repense as linhas exclusivas de ônibus. E veio outro grupo - que já tinha aparecido antes, organizado, quase uma milícia, que já havia agredido quatro mulheres na audiência da semana passada que não ocorreu, fazendo ameaças declaradas, incitando a luta de classes, como se a questão do transporte urbano na Cidade não fosse um problema de todos.

Recebemos a informação – e não quero acreditar nela, Sr. Presidente – de que esse grupo foi organizado por um ex-candidato a vereador, da região de Heliópolis, o qual, surpreendentemente, foi contratado pela SPTrans há uma semana. Incrível, porque ele esteve circulando nos corredores desta Casa um dia antes da audiência,

Não quero acreditar que o PT esteja usando esses métodos de intimidação, de organização, de quase milícia para sufocar movimentos democráticos organizados na Cidade, assim como não quero acreditar que o nobre Vereador Reis, como investigador, como pessoa que se formou no seio da segurança, possa vir incitar a greve dos policiais, além de culpar o Sr. Governador, o que é direito de S.Exa.

Por acaso, nobre Vereador Reis, V.Exa. está feliz com o que está acontecendo em Salvador, com os crimes que estão ocorrendo na Bahia? V.Exa. acha que o PCC entrará em greve porque a Polícia Militar entrará? O que é isso? Como homens públicos, temos a responsabilidade de zelar pela harmonia, pela segurança, pela democracia, pelo Estado de Direito. É isso que temos de fazer.

Quando usamos este microfone, como fizemos ontem, oportunidade em que 19 Srs. Vereadores estavam presentes, e o usamos hoje, é para mediar confrontos

E quando usamos o microfone é para mediar os conflitos da Cidade, é para contribuir e fazer com que os conflitos sirvam para avançar a inteligência coletiva existente na Cidade. A partidarização, da forma como está sendo feita, como está sendo demonstrada pelas falas de V.Exa, não nos ajuda, pois é a filosofia do quanto pior melhor.

Ora bolas, ninguém está feliz com a Segurança. No Governo do Estado, há sérios problemas quanto à Segurança Pública, que tem de melhorar. Agora, incitar a desordem, nobre Vereador Reis? Isso muito me surpreende. Gostaria de ter mais esclarecimentos sobre essa questão. Muito obrigado, Sr. Presidente”.

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