O vereador Professor Claudio Fonseca convida toda a sociedade paulistana para a sessão solene que dará ao jornalista José Hamilton Ribeiro, o “Repórter do Século”, o título de Cidadão Paulistano da Câmara Municipal de São Paulo.
A homenagem será realizada no próximo dia 16 de setembro, quinta-feira, a partir das 19 horas, no Salão Nobre da Casa.
Na oportunidade, o jornalista recordará momentos marcantes da sua longa e brilhante carreira. Um documentário de oito minutos trará depoimentos dos amigos de profissão, além de mostrar curiosidades das suas principais reportagens. O cantor paulistano Celso Sim, músico da nova geração da MPB, dará o toque musical à noite.
Repórter do Século
José Hamilton Ribeiro nasceu em 29 de agosto de 1935, na cidade de Santa Rosa do Viterbo, interior de São Paulo. Em 1954, foi estudar jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo. No penúltimo ano do curso, foi convidado a deixar a faculdade por ter participado, na condição de vice-presidente do Centro Acadêmico, de uma greve de estudantes. Na época, já trabalhava como repórter. Em 1964, se formou em direito na Universidade de Uberaba. Em 1973, ironicamente, voltou à Casper Libero, como parte do corpo docente da faculdade.
A carreira jornalística de José Hamilton Ribeiro começou em 1954, no jornal O Tempo, feito por jornalistas que haviam se demitido da Folha de S. Paulo. Em 1956, passou a ser repórter da Folha. Em 1962, aceitou um convite para trabalhar em Quatro Rodas, revista recém-criada pela Editora Abril. Chegou a ser editor-chefe da revista e ganhou um Prêmio Esso de Jornalismo em 1964.
Em 1966, transferiu-se para a revista Realidade, fundada por jornalistas dissidentes da Quatro Rodas, onde trabalhou sete anos e chegou a ser editor-chefe. Ganhou mais três prêmios Esso de Jornalismo: em 1967, 1968 e 1973. Como repórter da revista, participou da cobertura da Guerra do Vietnã. Passou 20 dias no front americano, com o fotógrafo japonês Kei Shimamoto.
No Vietnã, José Hamilton Ribeiro foi atingido por uma mina terrestre e perdeu a perna esquerda. Na ocasião, uma foto sua caído no campo de batalha estampou a capa de uma edição da Realidade. Em 1969, o jornalista escreveu um livro sobre a cobertura, O Gosto da Guerra, e ganhou outro Prêmio Esso, desta vez na categoria jornalismo individual.
De 1973 a 1975, José Hamilton Ribeiro foi repórter da revista Veja. Depois, afastou-se da grande imprensa para ajudar na implantação de novas tecnologias, como o off-set e a informática, em jornais do interior de São Paulo.
Em 1975, foi diretor do Diário de Ribeirão Preto. Em 1977, foi diretor do jornal Dia e Noite, de Rio Preto, pelo qual ganhou mais um Prêmio Esso de Jornalismo. Em 1978, foi chefe de jornalismo da TV Tupi, em São Paulo. No ano seguinte, foi diretor do Jornal de Hoje, de Campinas, e ganhou o Prêmio Telesp de Jornalismo.
Seu primeiro trabalho na TV Globo foi uma reportagem sobre o Pantanal, exibida em janeiro de 1981, na edição de aniversário de um ano do Globo Rural. A matéria, que fez como free-lancer, lhe rendeu um convite para trabalhar no Globo Repórter. Na época, o programa, dirigido por Paulo Gil Soares, era gravado em filme 16 mm, com narração em off, sem a imagem do repórter. A primeira gravação em videotape do Globo Repórter foi justamente uma reportagem de José Hamilton Ribeiro sobre o garimpo em Serra Pelada, exibida em 10 de junho de 1982. Era também a primeira vez em que o repórter aparecia no vídeo.
Ainda em 1982, José Hamilton Ribeiro passou a integrar a equipe do Globo Rural, da qual faz parte até hoje. Em 1983, ganhou o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos por uma reportagem sobre a seca do Nordeste, feita em parceria com Carlos Azevedo e Sérgio Roberto Ribeiro. Em 1985, outra reportagem sua, sobre os cortadores de cana de Barrinhos, em Ribeirão Preto, ganhou o Vladimir Herzog de jornalismo. Naquele ano, foi também o editor-chefe da revista Globo Rural.
Em 1990, José Hamilton Ribeiro tornou-se membro da Comissão de Avaliação da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Em 1992, participou do projeto Notório Saber em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina. No ano seguinte, venceu o concurso de professor titular na mesma universidade.
Em junho de 1995, voltou ao Vietnã para fazer uma reportagem para o programa Contagem Regressiva. A viagem acabou rendendo uma matéria também para o Globo Rural, na qual o repórter e o cinegrafista Sergio Gilz documentaram os costumes da população e o trabalho do produtor rural no Vietnã.
Para o Globo Rural, José Hamilton Ribeiro participou de várias reportagens especiais no Brasil e no exterior. Em novembro de 1996, mostrou o trabalho dos índios bakairis que constroem canoas com a casca da árvore de Jatobá. Em 1999, foi até Portugal destacar as características da vida do campo no país, como a produção de azeitonas e a criação de cavalos. Em 2002, acompanhou uma expedição científica no rio Paraguai com pesquisadores da Embrapa. No ano seguinte, foi até a cidade de Araxá conferir o projeto de preservação de animais ameaçados de extinção. Também em 2003, fez uma série de reportagens especiais sobre música caipira.
Em outubro de 2004, uma matéria de José Hamilton Ribeiro sobre as queimadas na Amazônia foi ao ar no Jornal Nacional. As imagens mostravam grandes áreas da floresta devastadas pelo fogo e animais mortos pelas chamas. O repórter conversou com a então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sobre a situação das queimadas. Entrevistou também o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na época Ennio Candotti. Candotti afirmou que se houvesse um tribunal para julgar os crimes contra a natureza, o Brasil seria condenado.
Em 2006, José Hamilton Ribeiro recebeu o Prêmio Maria Moors Cabot, da Universidade de Columbia, um dos mais antigos e importantes prêmios do jornalismo nos Estados Unidos. O jornalista foi um dos vencedores na categoria Outstanding reporting on latin america, que homenageia profissionais que demonstram comprometimento com a liberdade de imprensa e a compreensão das relações interamericanas.
José Hamilton Ribeiro é autor de mais de 15 livros, quase todos derivados de suas reportagens, como Jornalistas 37/97 (1998), sobre o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, e Repórter do Século (2007), com suas reportagens que ganharam o Prêmio Esso.
A homenagem será realizada no próximo dia 16 de setembro, quinta-feira, a partir das 19 horas, no Salão Nobre da Casa.
Na oportunidade, o jornalista recordará momentos marcantes da sua longa e brilhante carreira. Um documentário de oito minutos trará depoimentos dos amigos de profissão, além de mostrar curiosidades das suas principais reportagens. O cantor paulistano Celso Sim, músico da nova geração da MPB, dará o toque musical à noite.
Repórter do Século
José Hamilton Ribeiro nasceu em 29 de agosto de 1935, na cidade de Santa Rosa do Viterbo, interior de São Paulo. Em 1954, foi estudar jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo. No penúltimo ano do curso, foi convidado a deixar a faculdade por ter participado, na condição de vice-presidente do Centro Acadêmico, de uma greve de estudantes. Na época, já trabalhava como repórter. Em 1964, se formou em direito na Universidade de Uberaba. Em 1973, ironicamente, voltou à Casper Libero, como parte do corpo docente da faculdade.
A carreira jornalística de José Hamilton Ribeiro começou em 1954, no jornal O Tempo, feito por jornalistas que haviam se demitido da Folha de S. Paulo. Em 1956, passou a ser repórter da Folha. Em 1962, aceitou um convite para trabalhar em Quatro Rodas, revista recém-criada pela Editora Abril. Chegou a ser editor-chefe da revista e ganhou um Prêmio Esso de Jornalismo em 1964.
Em 1966, transferiu-se para a revista Realidade, fundada por jornalistas dissidentes da Quatro Rodas, onde trabalhou sete anos e chegou a ser editor-chefe. Ganhou mais três prêmios Esso de Jornalismo: em 1967, 1968 e 1973. Como repórter da revista, participou da cobertura da Guerra do Vietnã. Passou 20 dias no front americano, com o fotógrafo japonês Kei Shimamoto.
No Vietnã, José Hamilton Ribeiro foi atingido por uma mina terrestre e perdeu a perna esquerda. Na ocasião, uma foto sua caído no campo de batalha estampou a capa de uma edição da Realidade. Em 1969, o jornalista escreveu um livro sobre a cobertura, O Gosto da Guerra, e ganhou outro Prêmio Esso, desta vez na categoria jornalismo individual.
De 1973 a 1975, José Hamilton Ribeiro foi repórter da revista Veja. Depois, afastou-se da grande imprensa para ajudar na implantação de novas tecnologias, como o off-set e a informática, em jornais do interior de São Paulo.
Em 1975, foi diretor do Diário de Ribeirão Preto. Em 1977, foi diretor do jornal Dia e Noite, de Rio Preto, pelo qual ganhou mais um Prêmio Esso de Jornalismo. Em 1978, foi chefe de jornalismo da TV Tupi, em São Paulo. No ano seguinte, foi diretor do Jornal de Hoje, de Campinas, e ganhou o Prêmio Telesp de Jornalismo.
Seu primeiro trabalho na TV Globo foi uma reportagem sobre o Pantanal, exibida em janeiro de 1981, na edição de aniversário de um ano do Globo Rural. A matéria, que fez como free-lancer, lhe rendeu um convite para trabalhar no Globo Repórter. Na época, o programa, dirigido por Paulo Gil Soares, era gravado em filme 16 mm, com narração em off, sem a imagem do repórter. A primeira gravação em videotape do Globo Repórter foi justamente uma reportagem de José Hamilton Ribeiro sobre o garimpo em Serra Pelada, exibida em 10 de junho de 1982. Era também a primeira vez em que o repórter aparecia no vídeo.
Ainda em 1982, José Hamilton Ribeiro passou a integrar a equipe do Globo Rural, da qual faz parte até hoje. Em 1983, ganhou o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos por uma reportagem sobre a seca do Nordeste, feita em parceria com Carlos Azevedo e Sérgio Roberto Ribeiro. Em 1985, outra reportagem sua, sobre os cortadores de cana de Barrinhos, em Ribeirão Preto, ganhou o Vladimir Herzog de jornalismo. Naquele ano, foi também o editor-chefe da revista Globo Rural.
Em 1990, José Hamilton Ribeiro tornou-se membro da Comissão de Avaliação da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Em 1992, participou do projeto Notório Saber em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina. No ano seguinte, venceu o concurso de professor titular na mesma universidade.
Em junho de 1995, voltou ao Vietnã para fazer uma reportagem para o programa Contagem Regressiva. A viagem acabou rendendo uma matéria também para o Globo Rural, na qual o repórter e o cinegrafista Sergio Gilz documentaram os costumes da população e o trabalho do produtor rural no Vietnã.
Para o Globo Rural, José Hamilton Ribeiro participou de várias reportagens especiais no Brasil e no exterior. Em novembro de 1996, mostrou o trabalho dos índios bakairis que constroem canoas com a casca da árvore de Jatobá. Em 1999, foi até Portugal destacar as características da vida do campo no país, como a produção de azeitonas e a criação de cavalos. Em 2002, acompanhou uma expedição científica no rio Paraguai com pesquisadores da Embrapa. No ano seguinte, foi até a cidade de Araxá conferir o projeto de preservação de animais ameaçados de extinção. Também em 2003, fez uma série de reportagens especiais sobre música caipira.
Em outubro de 2004, uma matéria de José Hamilton Ribeiro sobre as queimadas na Amazônia foi ao ar no Jornal Nacional. As imagens mostravam grandes áreas da floresta devastadas pelo fogo e animais mortos pelas chamas. O repórter conversou com a então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sobre a situação das queimadas. Entrevistou também o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na época Ennio Candotti. Candotti afirmou que se houvesse um tribunal para julgar os crimes contra a natureza, o Brasil seria condenado.
Em 2006, José Hamilton Ribeiro recebeu o Prêmio Maria Moors Cabot, da Universidade de Columbia, um dos mais antigos e importantes prêmios do jornalismo nos Estados Unidos. O jornalista foi um dos vencedores na categoria Outstanding reporting on latin america, que homenageia profissionais que demonstram comprometimento com a liberdade de imprensa e a compreensão das relações interamericanas.
José Hamilton Ribeiro é autor de mais de 15 livros, quase todos derivados de suas reportagens, como Jornalistas 37/97 (1998), sobre o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, e Repórter do Século (2007), com suas reportagens que ganharam o Prêmio Esso.
O José Hamilton que se diz aí é muito mais que o mencionado.Ele é um apaixonado pelo que faz,pela vida.
ResponderExcluirSua singularidade esta em sua simplicidade e como ele mesmo diz:"quem me conhece sabe como eu sou,quem não me conhece não precisa saber"...
Parabéns!Querido!!
Adriana Castro