Na tarde desta quarta-feira (18/12), os vereadores Ricardo Young (PPS) e Nabil Bonduki (PT), presidente e secretário da Frente Parlamentar pela Sustentabilidade, deram o último passo do ano na construção do consenso em torno do Parque Augusta, considerado uma das últimas áreas verdes do Centro da cidade.
Pouco antes de começar a votação do orçamento na Câmara Municipal, os dois parlamentares foram recebidos pelo prefeito Haddad em seu gabinete e entregaram um documento, apoiado pelo 13 vereadores da Frente, pedindo a sanção do projeto de lei que cria o Parque Augusta.
Como o prefeito já havia alegado falta de recursos para viabilizar a compra do terreno, pertencente às incorporadoras Setin e Cyrela; os vereadores propuseram uma “solução equilibrada, que não elimina o interesse público já representado no Plano Diretor”, segundo Ricardo Young. Ele avalia a sanção como “um primeiro passo, que garante o destino público do terreno. A viabilização desse destino será construída no ano que vem, do mesmo modo como foi trabalhado o consenso entre as partes envolvidas ao longo desse ano”.
Comemoração
“A sanção será um atestado público de compromisso com o que está previsto no Plano Diretor e com o próprio Plano de Metas do governo, que prevê a ampliação das áreas verdes da cidade; além contribuir para o lazer, a qualidade de vida, a mitigação das mudanças climáticas e das ilhas de calor”, comemorou Ricardo Young. Ao longo do ano, o grupo suprapartidário mediou uma série de reuniões e debates entre os interessados na questão: a população local, os movimentos de defesa do parque, as empresas que compraram o terreno e a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.
No plenário da Câmara, Young aproveitou a aprovação do orçamento e o consequente fim do ano legislativo para dividir a boa notícia com os colegas. Em resposta, o presidente da Casa elogiou o trabalho de Young à frente do grupo pela sustentabilidade. “Você engrandeceu essa Casa com sua inteligência, sua sabedoria, seu conhecimento da sociedade civil e do mundo empresarial, mas sobretudo destacou-se sua integridade e iniciativa política. E todos aqui podem ver agora um exemplo disso: a criação do Parque Augusta, você foi um dos grandes encabeçadores dessa luta. O parque é uma joia para a cidade”, comentou José Américo (PT).
Young lembra que a história do parque ainda não está solucionada. “Com a lei, aumenta a disposição de viabilizar a solução, pois ‘entramos todos no mesmo barco’”, avaliou.
Novela agitada
Reivindicado há mais de uma década, o Parque Augusta foi decretado como área de utilidade pública pelo ex-prefeito Gilberto Kassab, mas o decreto venceu neste ano - quando a atual gestão alegou não ter verba suficiente para comprar a área, avaliada em pelo menos R$ 55 milhões.
No início de novembro, o terreno de 25 mil m2 foi vendido às empreiteiras Cyrela e Setin. Elas planejam construir prédios de uso residencial e comercial, mas declaram que uma parte do terreno, além da área verde tombada, deve permanecer acessível ao público - num total de 18mil m2. No final do mesmo mês, a lei que cria o Parque Augusta (365/2006) foi aprovada na Câmara Municipal, por coautoria de Aurélio Nomura (PSDB), Ricardo Young (PPS), Toninho Véspoli (PSOL) e mais sete vereadores.
Parte da população que frequenta o parque tem se organizado em movimentos pelo Facebook e pressionado para que a área seja pública. Nos dias 7 e 8 de dezembro, coletivos culturais lotaram o terreno com 24 horas de manifestações artísticas e atrações musicais. Foi o 1o Festival Parque Augusta, que marcou o senso de pertencimento daquele espaço pelos moradores da região. No final da tarde de hoje, os movimentos pelo parque realizaram um “Chá da Tarde pelo Parque Augusta”, que ganhou tom de comemoração e esperança.
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