quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Young critica CPI dos Transportes por terminar sem investigar empresas municipais



Com o fim da CPI dos Transportes previsto para a próxima quinta-feira, Ricardo Young, líder do PPS, aproveitou sua fala desta quinta-feira (12/12) no plenário da Câmara para criticar a condução dos trabalhos. Os vereadores que compõem o colegiado convocaram, na maior parte das reuniões, empresas citadas nas denúncias de cartel do Metrô e da CPTM, companhias geridas pelo governo do Estado. O foco da CPI, no entanto, era analisar possíveis irregularidades nas planilhas de custos da SPTrans, responsável pelos ônibus da capital.

“Havíamos previsto isso lá no início. Me parece que a CPI se tornou especialista nas questões do Estado, mas nós do município ficaremos a ver navios. Hoje mesmo deveria ter acontecido a penúltima reunião, mas foi cancelada pela falta da empresa convocada. Isso, por sinal, vem acontecendo com frequência nas últimas semanas”, disse o vereador. 

Young ainda citou artigo de hoje do jornal Folha de S. Paulo (http://migre.me/gZcSJ), que aponta mudança de foco nas investigações da CPI. “Com todo o respeito aos membros da Comissão, não há como dizer que o artigo não tenha razão. Espero que o presidente Paulo Fiorilo dê uma resposta a isso o quanto antes”, concluiu.

Leia baixo a íntegra do discurso: 


"Sr. Presidente, quero me somar aos nobres Vereadores Goulart e Adilson Amadeu em relação à questão dos táxis nos corredores de ônibus. Ontem, na CPI dos Transportes, tivemos uma discussão sobre o assunto. Embora na haja consenso na Comissão, eu, particularmente, e outros membros achamos que enquanto não houver melhores condições do nosso transporte público deveremos manter a possibilidade de os táxis trafegarem nos corredores de ônibus. 

Mas é outra a razão pela qual faço este comunicado. Queria poder lhes dizer que hoje foi realizada a penúltima reunião da CPI dos Transportes. Mas ela não ocorreu porque a empresa convocada não compareceu. Com todo respeito que tenho pelos nobres Vereadores Paulo Fiorilo e Eduardo Tuma e demais membros da Comissão, não há como negar que o artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, quase agressivo, que diz que a CPI mirou em companhias suspeitas de corrupção do Governo do PSDB e não cuidou de investigar as empresas de São Paulo - uma vez que ouviu apenas uma empresa de ônibus -, não deixa de ter razão.

O artigo do jornal é contundente. Espero que o nobre Vereador Paulo Fiorilo dê uma resposta. Mas o fato é que as evidências são claras. De todas as empresas ouvidas, a única empresa de ônibus ouvida tem sede em Pernambuco. As empresas com sede em São Paulo não atenderam à convocação. E eu não sei qual foi o esforço da CPI para que assim ocorresse. 

Estamos às vésperas do encerramento da CPI e eu espero que o seu Presidente, nobre Vereador Paulo Fiorilo, apresente relatório explicando por que essa convocação não ocorreu. Parece-me que a CPI se tornou especialista nas questões de transporte do Estado, e, quanto ao Município, ficamos a ver navios mais uma vez. Não podemos brincar com isso. A população está atenta. E o relatório da CPI tem de apresentar contribuições contundentes para a solução da questão do transporte na Cidade. 

Essa prosa já foi cantada. Em artigo escrito para o Metrô News, no dia 7 de novembro, profetizávamos sobre a existência de um grande problema: das 19 reuniões realizadas até agora, grande parte das pessoas ouvidas alegaram possuir pouca ou nenhuma informação sobre as planilhas de custo da SPTrans. Portanto, a CPI sofreu claro desvio de foco. 

O relatório da Comissão será entregue a partir do mês de janeiro. E é muito importante que hoje, antes do final dos trabalhos desta Casa, o Presidente da Comissão, nobre Vereador Paulo Fiorilo, se pronuncie a respeito e dê uma resposta a esse artigo publicado na Folha de S. Paulo, porque as evidências são grandes e já tinham sido antecipadas por nós. Portanto, esperamos que a CPI se pronuncie através do seu Presidente. Muito obrigado". 

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