terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Vereadores do PPS dão o recado no primeiro dia de trabalho parlamentar


Com  presença do novo prefeito Fernando Haddad, os vereadores da cidade de São Paulo voltaram aos trabalhos legislativos nesta terça-feira (5/2). Os representantes da bancada do PPS, Ricardo Young e Ari Friedenbach, utilizaram a tribuna diante de jornalistas, vereadores e dos munícipes presentes ao plenário Primeiro de Maio.

Durante o Pequeno Expediente, o líder Ari Friedenbach resumiu a sua luta na área da segurança pública e dos direitos humanos e do seu ingresso na política partidária. “De uma tragédia pessoal - em 2003, a filha Liana Friedenbach e o namorado Felipe Caffé foram sequestrados e assassinados – passei a lutar pela segurança das pessoas e por uma vida mais digna para todos”.

O líder do PPS também ressaltou a importância da Frente Parlamentar pela Sustentabilidade, que será presidida pelo colega Ricardo Young, e convidou a sociedade para participar do Fórum do Lazer Seguro da Câmara Municipal, que discutirá medidas de segurança nos locais destinados ao lazer e ao entretenimento na cidade. Mas alertou:

"Entendemos que essa discussão não deve ser somente sobre lazer seguro, mas sobre locais de grande concentração de pessoas, como igrejas, sinagogas, templos evangélicos e também boates e casas de shows". Abaixo, a íntegra do discurso:

"Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é uma honra estar nesta tribuna, pela primeira vez, com a esperança de fazer um trabalho que honre todos os paulistanos, o nosso partido e todos os Vereadores no meu mandato. Há alguns anos, venho fazendo um trabalho apartidário, por conta de uma história, de uma tragédia de vida, e venho transformando isso numa luta por mais segurança para todos nós, por mais decência e por uma vida mais digna.

Desde 2003, venho trabalhando, e há alguns anos percebi que o caminho era a filiação partidário para atuação no Legislativo, na busca de mudanças na nossa legislação. Hoje, como Vereador, pretendo, dentro da nossa alçada, fazer um trabalho especialmente focado na Segurança Pública, com a melhoria do trabalho da Guarda Civil Metropolitana pela melhoria de seus equipamentos. Além disso, como falamos durante a nossa campanha, a municipalização e a ampliação do trabalho do CRVV - Centro de Referência às Vítimas de Violência, levando esse trabalho mais próximo à população, junto às subprefeituras para que a população seja efetivamente atendida no local onde vive, onde sofre os dramas da violência.

Nosso partido, o PPS, apresentou a proposta da Frente Parlamentar pela Sustentabilidade por meio do nosso Vereador Ricardo Young, que já colheu 12 assinaturas; além da minha, as dos nobres Vereadores Andrea Matarazzo, Aurélio Nomura, Floriano Pesaro, Gilberto Natalini, José Police Neto, Juliana Cardoso, Laércio Benko, Mário Covas Neto, Nabil Bonduki e Toninho Vespoli.

Dito isso, convido os demais Srs. Vereadores que ainda não aderiram a essa Frente a participarem, porque essa discussão é extremamente importante para a nossa cidade de São Paulo. Essa é uma questão que, sem dúvida, estará na pauta deste ano.

Estamos também propondo um debate sobre a tragédia que acabou de acontecer em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Entendemos que essa discussão não deve ser somente sobre lazer seguro, mas sobre locais de grande concentração de pessoas, como igrejas, sinagogas, templos evangélicos e também boates e casas de shows. Como esses locais são potencialmente de alto risco, entendemos ser de extrema importância um debate amplo com toda a sociedade.

Esse fórum deve debater com muita responsabilidade também a questão relativa aos alvarás: o tempo que leva para se conceder um alvará e a corrupção que envolve essa concessão. Ter um alvará não significa que o ambiente de fato seja seguro, uma vez que sabemos das reais condições de inspeção que envolve a concessão de um alvará.

É muito importante que esta Casa debata com um olhar muito apurado todas as questões que envolvem segurança. Pretendo fazer uma gestão extremamente pautada pela ética, como tem sido minha carreira na advocacia.

Desejo que os partidos de oposição façam uma oposição inteligente, não burra, porque é nossa obrigação como parlamentares trabalhar pela cidade de São Paulo, portanto devemos apoiar todas as propostas boas para a nossa cidade, porque somos Vereadores de São Paulo, não somente de um partido. Obrigado a todos".


Questão Suprapartidária 

Ricardo Young defendeu um debate suprapartidário na questão do crack, que, para ele, é uma epidemia, “o maior problema de saúde pública desde a disseminação do HIV”. “Temos que ter uma visão sistêmica sem entrar na divisão partidária”, disse logo após presenciar troca de acusações entre vereadores do PT do PSDB.

Veja a íntegra do discurso de Young: 

"Sr. Presidente, com a anuência do meu Líder, gostaria de reforçar a fala dos nobres Vereadores Ricardo Nunes, Andrea Matarazzo e Arselino Tatto a respeito da questão do crack, da cracolândia e dessa epidemia pública que estamos vivendo atualmente em São Paulo, que já está se tornando um dos maiores problemas de saúde do Brasil.

O tratamento padrão dessa doença, que tem sido em torno de questões de segurança e de dependência química convencional, é absolutamente insuficiente para fazer frente ao tamanho do problema.

Precisamos enfrentar com muita coragem um tema do nosso tempo que tem se alastrado por todos os grandes centros urbanos. Se em vez de ficarmos tergiversando em discussões partidárias, tentarmos discutir esse tema dentro de uma visão político-partidária, todos perderemos. A disposição dos nobres Vereadores, hoje, de tratar desse assunto demonstra uma preocupação de muitos de nós, então conclamo a Casa e todos os que se pronunciaram a encarar o tema do crack e da Cracolândia como suprapartidário. Devemos ajudar a Prefeitura e nos aliar às medidas do Governo Estadual para fazer uma abordagem sistêmica em relação a esse problema. Ouvi o posicionamento do nobre Vereador Toninho a respeito da internação compulsória, e não devemos nos colocar uns contra os outros. Temos de nos colocar a favor de políticas públicas que enfrentem com ousadia e coragem talvez o maior problema de saúde pública desde a disseminação do HIV. Portanto, na primeira sessão deste ano gostaria que os colegas se dispusessem a uma discussão franca, corajosa e solidária em torno de um dos maiores problemas, de um dos maiores flagelos de saúde do nosso tempo. Muito obrigado, Sr. Presidente".

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