quinta-feira, 15 de maio de 2014

Young defende Mais Médicos em votação definitiva



O vereador Ricardo Young (PPS) defendeu nesta quarta-feira (15/5) a ampliação dos benefícios aos profissionais que trabalham em São Paulo pelo programa federal Mais Médicos. O projeto foi aprovado em segunda votação e segue para sanção do prefeito. 

“Não há problema num convênio com outro país. A questão é que o Brasil tem negligenciado os médicos de família. Não há problema também se Cuba retém parte dos recursos para o próprio país. O problema é a desigualdade daqui. O Mais Médicos não é ruim por si só. Ruins são os problemas estruturais do país”, argumentou o vereador.

Young apresentou emenda – rejeitada pela maioria - que aperfeiçoa a prestação de contas dos profissionais beneficiados e exige que os futuros aumentos de salários sejam feitos por lei - e não simplesmente por decreto. Abaixo, a íntegra do seus discurso sobre o projeto.

"Temos que tomar muito cuidado com o debate ideológico. Ao desqualificar a ideia do outro por uma visão ideológica, impede-se que as pessoas discutam as ideias. O que as pessoas discutem é a rotulagem que acabam colocando no outro. Tudo o que ouvi hoje sobre Cuba neste plenário é um absurdo. São pessoas que não conhecem...

São pessoas que não conhecem Cuba. O fato de Cuba ter tido uma história de revolução comunista etc. não permite ninguém desqualificar um dos países que conseguiram maior índice de justiça social no continente; conseguiram combater o analfabetismo e hoje têm uma qualidade invejável, um capital humano que tem permitido aos cubanos se tornarem competitivos, mesmo sem recursos, na indústria farmacêutica mundial; que tem permitido a Cuba formar os melhores médicos de família e de saúde preventiva do mundo, reconhecidos em todo o mundo. Então não é porque o país tem uma história socialista, teve uma revolução, tem uma história de repressão, que outras questões de justiça social não tenham sido enfrentadas com sucesso. Quisera o Brasil ter a justiça social que hoje se encontra em Cuba e a qualidade humana dos cubanos.

Então quero dizer o seguinte: não há problema, por definição, num convênio que um país faça com outro país para aproveitar expertise que esse outro país, efetivamente, desenvolveu. Cuba desenvolveu expertise em médicos de família como poucos países, e o Brasil tem negligenciado a formação de médicos de família; o Brasil não tem conseguido formar sequer os médicos que estão previstos na política de médicos de família.

Portanto não há problema, Vereador Dalton Silvano, no convênio do Brasil com Cuba. E não há problema também se Cuba tem com a sua população um acordo em que parte dos recursos que eles recebem é repatriada para o seu próprio país e para o benefício das suas próprias famílias. O problema é a desigualdade de políticas públicas com os médicos brasileiros e os médicos desse convênio, seja de Cuba, seja de qualquer outro lugar. E é isso que estamos discutindo.

O Programa Mais Médicos não é ruim por si só. Ele é ruim quando não dá as mesmas condições de trabalho para os médicos brasileiros; não só as financeiras, que têm sido foco de boa parte da discussão aqui, mas também as de formação, de capacitação, de qualificação para poderem fazer um trabalho de medicina preventiva. Acho que esse é o problema".

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