quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Líder do PPS vê baixo orçamento para investimento em transporte público

O vereador Claudio Fonseca participou na tarde desta terça-feira (9/11) da audiência pública que debateu a previsão de investimentos para o setor de transportes na cidade de São Paulo na peça orçamentária de 2011. O secretário-adjunto municipal dos Transportes, Pedro Luis Brito Machado, além dos vereadores da Comissão de Finanças, também participaram da audiência.

O orçamento total proposto para a secretaria é de R$ 1,79 bilhão, sendo R$ 600 milhões para o subsídio da tarifa do transporte coletivo. Para o Fundo Municipal de Desenvolvimento do Trânsito estão previstos mais R$ 638 milhões, que virão da arrecadação de multas.

Corredores

Claudio Fonseca afirmou que é preciso que os corredores de ônibus sejam tratados com “prioridade”, embora acredite que “não se deva olhar para a malha de transportes e a mobilidade da cidade só pensando nos corredores de ônibus”, disse ao lembrar a importância da expansão do metrô e a construção de novas ciclovias.

“O secretário (Pedro Luís) disse que o subsídio às empresas que prestam serviços de transporte é maior à medida que o sistema é ineficiente, que não se investe em corredores”, analisou o parlamentar, que completou: “se não há investimentos em corredores estamos apostando em uma ineficiência que não deu certo e que encarece o orçamento da cidade”.

O parlamentar do PPS também analisou o montante que ficará disponível para investimento na área de transportes: R$ 64 milhões, o que corresponde a 3,6% do orçamento para a pasta, que tem o total de R$ 1,79 bilhão. Os outros 96,4% são destinados para custeio. “O valor (R$ 64 milhões) para investimento é muito pequeno”.

“Se não tivéssemos hoje a compensação tarifária na renovação da frota na ordem de R$ 600 milhões, qual seria o valor cobrado pela tarifa ao usuário sem esse subsídio programado?”, indagou o vereador do PPS, que é defende o transporte público como política de Estado.

“Inclusive, existe quem defenda a tarifa zero. Se existir a tarifa zero, alguém tem que pagar por ela. Os investimentos são necessários, mas com esse esforço de R$ 64 milhões, que é pouco, está claro que o setor de transportes precisa de mais recursos”.

Ao final, Claudio Fonseca destacou problemas diversos que dificultam a expansão dos corredores na cidade. “O corredor da M´Boi mirim, por exemplo, não prospera porque diversos comerciantes não querem que o corredor fique em frente ao seu comércio. É complicado”. Fonseca finalizou suas ponderações perguntando qual é o projeto mais viável para o corredor da Avenida Celso Garcia (na zona leste da cidade).

O secretario-adjunto de Transportes informou que a prefeitura está estudando três alternativas para a Celso Garcia: implantar a proposta original de corredor de ônibus, construir um monotrilho que não passaria pela avenida ou instalar o metrô subterrâneo. “A decisão ainda não foi tomada”, garantiu Machado.

A secretaria propõe R$ 30 milhões para o monotrilho no próximo ano. “O valor será utilizado para projeto e estudo de impacto ambiental da linha Santo Amaro ao Jardim Ângela, a única que ficou sob responsabilidade da prefeitura [as outras serão implantadas pelo Metrô]”, explicou o secretário adjunto. Ele adiantou que serão realizadas audiências públicas, onde a secretaria buscará convencer a população que o sistema é o mais indicado para a região.

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Um comentário:

  1. Pra variar, mais uma vez o corredor Celso Garcia fica pra escanteio. Por ficar em área pobre (zona leste), não se dá respeito nem prioridade aos cidadaos que por lá trafegam ou moram. Vc acha que a prefeitura teria pressa ? Não, acredito que não, mas seja qual for o projeto, o risco da verba ser desviada é grande. Nisso sim podemos acreditar, esse risco corremos sim. Rudney Gomes (morador da Ponte Rasa)região que seria beneficiada se esse projeto saísse do papel.

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