quarta-feira, 11 de agosto de 2010

CPI: Covisa não tem estrutura para fiscalizar lavanderias


Sítio da Câmara

Nesta terça-feira (10/8), os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que averigua e apura eventuais deficiências no desempenho da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) ouviram depoimentos de representantes da Associação Brasileira de Limpeza a Seco, Nelcindo Antonio do Nascimento, e do Sindicato de Lavanderias e Similares no município de São Paulo, Edson Di Nardi.

Segundo os depoimentos de ambos, a Covisa não está aparelhada para realizar a fiscalização das lavanderias instaladas nos shoppings centers e logradouros de São Paulo com a freqüência necessária.

As lavanderias a seco utilizam nas lavagens um solvente chamado percloroetileno (TCE), produto que durante o seu uso emana gases cancerígenos. Inalado, pode produzir efeitos adversos ao sistema nervoso central, fígado, pulmões e batimento anormal do coração, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Após ouvir os depoimentos, a vereadora Sandra Tadeu (DEM) desabafou: “Nós, vereadores, precisamos melhorar o orçamento da Covisa, pois ela se encontra desprotegida. E, em consequência, a saúde da população também. Não porque seus técnicos não tenham competência, mas porque não tem infraestrutura suficiente para realizar uma fiscalização adequada”.

A parlamentar afirmou que em outros países “é proibido o uso do percloretileno”. Nelcindo Antonio do Nascimento contestou a vereadora ao afirmar que o uso em outros países não é proibido, “mas sim controlado”. Segundo ele, as máquinas usadas nesse processo reaproveitam a substância desingraxante, minimizando os efeitos da poluição.

Já o vereador Paulo Frange (PTB) disse que no mundo inteiro já se tratou desse assunto com responsabilidade, mudando o tipo de equipamento de lavagem e redução do produto foi de 70%. "No Brasil, a lei é clara desde 2004 para que os equipamentos sejam herméticos, ou seja, absolutamente fechados para que não contamine o meio ambiente. Isso não vem acontecendo”, disse. De acordo com o parlamentar, “o grande problema é quando essas lavanderias estão em ambientes fechados, como shoppings centers – e grande parte delas está ou até mesmo em supermercados. As máquinas deixam vazar esse produto derivado de amônia dentro desse espaço, onde a circulação do ar condicionado é para todos e, portanto, leva risco a terceiros, além do risco que oferece ao operador que nem sempre está paramentado como determina a legislação”.

Outro problema são as lavanderias convencionais que utilizam água na lavagem. “Nós não temos segurança de quem é que cuida do efluente, ou seja, da água suja da lavagem que sai dessas lavanderias. Também não temos segurança de onde essa água é tirada. É água da Sabesp ou de poços clandestinos? Eles foram notificados pelo Daee e pela Cetesb para serem fechados?”, questionou Frange.

Participaram da reunião os seguintes vereadores: Aurélio Miguel (PR), Paulo Frange (PTB), Jamil Murad (PCdoB), Sandra Tadeu (DEM), Milton Ferreira (PPS), José Ferreira Zelão (PT) e Police Neto (PSDB).

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