terça-feira, 27 de agosto de 2013

Evento discute políticas públicas para “filhos do crack”


Câmara Municipal

No auditório Prestes Maia da Câmara Municipal de São Paulo, Fanfarrone e Mafalda, vestidos de palhaço, deram um tom suave para a abertura de um seminário de tema tão pesado: “Filhos do Crack? – Desafios, Experiências e a Construção de Políticas Públicas para a Primeira Infância.”

O seminário discute, principalmente, políticas públicas para proteger a chamada primeira infância. Para isso, especialistas foram ouvidos, como João Augusto Figueiró, do Instituto Zero a Seis; e Joseh Carlos Riechelman, colaborador da instituição e médico da Secretaria Municipal de Saúde.

A conferência é fruto do Grupo de Trabalho criado a partir da ‘Segundas Paulistanas: Crack, Cracolândia e internação compulsória.’ Organizado pelo vereador Ricardo Young (PPS), o evento desta segunda-feira (26/8) tem um foco no período intrauterino até os primeiros seis anos de vida. A escolha deste momento da vida humana se dá porque é fundamental no desenvolvimento neuropsicológico, e serve de base de todos os demais aprendizados. Ou seja, tudo o que acontece nos seis primeiros anos de vida impactam de forma dramática e definitiva na vida das pessoas.

Ex-usuários como Esmeralda Ortiz, Flavio Migliano e Camila Patah prestaram seus depoimentos. E um dos mais emocionantes foi de Esmeralda Ortiz, que é cantora e escritora. Com bom humor, cantou trechos de suas músicas e contou um pouco de sua história. Uma das melhores frases de Esmeralda: “A vida me batia e eu batia mais forte nela”.

Fundo para cuidar de filhos de “dependentes"

Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo mostrou que o Brasil é o maior mercado mundial de crack. 2% fazem uso da droga. Um número equivalente a 3 milhões de pessoas. 46% desses usuários se concentram na região Sudeste do país.

O vereador do PPS, Ricardo Young, deu um exemplo de política pública que poderia ser usada para ajudar as crianças e suas jovens mães usuárias de crack. Ele defende que seja criada uma taxa na venda de bebidas alcoólicas. “A taxa seria pequena, imperceptível para quem compra e para quem vende. Mas mais importante do que a taxa é a criação de um fundo para cuidar das crianças”.

Esmeralda, Migliano e Camila levantaram a bandeira do fim do estigma para o dependente. Para eles, o fardo já é muito pesado para que ainda tenham de lidar com o preconceito social.

Nenhum comentário:

Postar um comentário