terça-feira, 27 de agosto de 2013

Comissão esclarece perseguição a sindicatos durante a Ditadura; Marin será convocado


Com a presença do presidente de honra do PPS e vereador cassado pela Ditadura Militar, Moacir Longo, a Comissão da Verdade Vladimir Herzog da Câmara Municipal ouviu nesta terça-feira (27/8) o juiz aposentado do TRT, José Carlos Arouca – irmão do deputado federal constituinte pelo PCB, Sergio Arouca – e Henrique Buzzoni, advogado sindicalista preso pelo regime militar nos anos 70. 

Arouca, que foi encarcerado em 1964, afirmou que os sindicalistas foram duramente perseguidos pelos militares. Ele admitiu que o regime fardado interveio em sindicatos destituindo diretorias eleitas democraticamente. “Destituía a diretoria para indicar uma junta governativa para se vingar daqueles que tinham vencido. Essa comissão denunciava os sindicalistas que acabavam sendo presos”, disse. 


Entre as principais atribuições dos advogados daquele período, explicou Henrique Buzzoni, estava o papel de conscientizar a população contra o governo. “Nós defendíamos as bandeiras da redemocratização, da anistia e da eleição direta. Além de fazer o nosso trabalho, tentávamos convencer as pessoas a lutarem por essas causas, principalmente dentro dos sindicatos”, afirmou ele, que também foi filiado ao Partidão, o Partido Comunista Brasileiro, hoje PPS.


José Maria Marin

Convidado pela Comissão para dar explicações sobre o seu envolvimento com os militares durante a Ditadura de 64, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, respondeu que o convite deveria ser enviado para a sua residência, e não para a sede da CBF, “pois em 1975 ele não comandava a entidade esportiva”. Agora, em parceria com a Comissão da Verdade Nacional, o colegiado paulistano convocará o homem forte do futebol brasileiro para prestar o seus esclarecimentos.

Veja aqui a resposta de Marin 



“Agora ele não poderá deixar de vir, pois a Comissão Nacional da Verdade tem o poder convocatório. Esperamos ansiosos para ouvir o que o hoje presidente da CBF, e do Comitê da Copa 2014, tem para falar do elogio público que fez ao delegado Sergio Fleury e da acusação de "comunização" da TV Cultura em 1975 quando era deputado estadual, disse Ricardo Young, autor do requerimento que também convida o filho do jornalista, Ivo Herzog.

Suspeito de estar envolvido na repressão durante a Ditadura Militar, Marin era deputado estadual pela Arena quando fez dois discursos, em 1975, contra o então diretor de jornalismo da TV Cultura, Wladimir Herzog - 16 dias antes de sua prisão e morte no DOI-CODI. O filho do jornalista, Ivo Herzog, encabeça uma campanha contra a participação de Marin no comando da Copa do Mundo de 2014.


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