terça-feira, 9 de junho de 2009

CPI: 'Chuva de querosene' atinge casas próximas ao Aeroporto de Congonhas

Site da Câmara

Moradores do entorno do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, estão sendo vítimas de uma espécie de “chuva de querosene”. A denúncia foi feita, nesta terça-feira (9/6), pelo presidente da Associação dos Moradores da Vila Noca e Jardim Ceci, Nelson Piva, aos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Danos Ambientais da Câmara Municipal.

Segundo, Nelson Piva, a tal chuva ocorre quando os aviões pousam na pista do aeroporto: “A chuva de querosene acontece no momento em que os aviões estão aterrissando, quando ocorre o refluxo de turbina. Ao chegar com o motor cheio, a aeronave precisa pousar e, nesse momento, ocorre o refluxo de turbina, culminado com um chuvisco de querosene in natura em cima das casas e das pessoas. Evidentemente que isso não acontece diariamente, mas pelo menos uma vez por semana somos vítimas dessa espécie de chuva”, explicou.

O vereador Paulo Frange (PTB) destacou que “é pertinente essa reclamação dos moradores, porque o ICMS cobrado pelo governo do Estado sobre o combustível para abastecimento no Aeroporto de Congonhas é mais alto do que em outros Estados. Com isso, as aeronaves são abastecidas em Estados onde o ICMS é mais barato e chegam aqui com seus tanques bastante carregados. Ao pousar ocorre o refluxo das turbinas e é comum o excesso de querosene com menos oxigênio, provocando a pulverização do combustível sobre as casas e pessoas”.

A outra queixa dos moradores é com relação ao barulho provocado pelos helicópteros das emissoras de televisão, agravando a poluição sonora provocada pelo Aeroporto de Congonhas. “Há dias, principalmente quando há acidentes, incidentes de menor espécie ou na chegada de uma autoridade, ficam de três a quatro helicópteros sobrevoando nossas casas para filmar a ocorrência. Assim, nós temos o problema da poluição sonora das aeronaves que operam no aeroporto e dos helicópteros, que incomodam muito mais que os próprios aviões”, reclamou Piva.

Audiência pública

No próximo dia 26 de junho, a Câmara realizará a primeira audiência pública do Plano Diretor da cidade. “Nesse dia virão à Câmara as pessoas responsáveis pelo Plano Diretor de São Paulo, que passa a ser discutido oficialmente a partir de agora. Este é o momento de trazer o assunto Aeroporto de Congonhas, com a presença de representantes do Ministério da Aeronáutica, da Anac, do Ministério da Defesa, Infraero, órgãos municipais e estaduais para que possamos tratar desse assunto e reduzir a angústia daqueles que moram no entorno, e também daqueles que estão no cone de aproximação do Aeroporto de Congonhas, que estão sujeitos aos riscos e ruídos”, disse Frange.

Participaram da reunião os vereadores Juscelino Gadelha (PSDB), Paulo Frange (PTB), Alfredinho (PT), Ítalo Cardoso (PT), Marco Aurélio Cunha (DEM), Milton Ferreira (PPS) e Penna (PV).

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