segunda-feira, 29 de junho de 2009

CPI dos Danos Ambientais inspeciona depósito de indústria nuclear

Site da Câmara

Os parlamentares da CPI dos Danos Ambientais da Câmara Municipal de São Paulo realizaram na segunda-feira (29/6) diligência ao depósito das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) para vistoriar as condições de armazenamento do material rejeitado da antiga Nuclemon, que extraía areia monazítica na região sul da Capital. O vereador Dr. Milton Ferreira (PPS), integrante da Comissão, também esteve presente.

Segundo Valter Mortágua, responsável por este depósito da INB que fica no cruzamento das avenidas Interlagos e Miguel Yunes, o material (resíduos de processamento químico de tório e urânio) estocado desde a década de 90 ainda não foi removido porque não foi encontrado um destino adequado.

“Fizemos a vistoria, está tudo normal, mas o fato é que este material precisa ser retirado. A região, que antes era industrial, agora está se tornando residencial e esse lixo radioativo tem que sair dali”, salienta o vereador Penna (PV), que estava acompanhado por Sérgio Dialetachi, especialista em energia nuclear e consultor da Fundação Heinrich Boell, do PV alemão, para os assuntos de energia e clima.

Mortágua levou os vereadores para verificar as instalações do galpão onde estão depositados os rejeitos radioativos. O material está armazenado em tambores plásticos ou de ferro e em contêineres, sobre piso de concreto, em local de acesso controlado.


“Estamos fazendo toda a remediação necessária. Analisamos cerca de 1200 poços, em mil descemos a uma profundidade de um metro e em 200 a seis metros. Apesar de termos encontrado alguma terra contaminada, que será retirada e armazenada no galpão, não encontramos contaminantes no lençol freático”, garante Mortágua.

Também participaram da inspeção representantes do Departamento de Controle Ambiental da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (DECONT), da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) e o Subprefeito de Santo Amaro, Manoel Antonio da Silva Araújo.

Piratininga

Os parlamentares também visitaram a Usina de Piratininga, localizada na zona sul da cidade. A empresa ainda possui oito grandes transformadores de energia elétrica e cada um tem 1.754 litros de ascarel. Legislação estadual proíbe o uso desse material químico e o prazo final para a retirada é no final do ano que vem.

Segundo análise dos vereadores membros da CPI, os transformadores não oferecem risco à população, pois existe contenção no entorno dos equipamentos e encontram-se numa área segregada. Além disso, os transformadores encontram-se em boas condições visuais. A usina existe desde 1954 e os equipamentos foram comprados já usados da Inglaterra.

Ao lado da usina existe um terreno da Eletropaulo, onde estavam depositados os transformadores retirados da rede elétrica da cidade, que, também segundo os parlamentares, não oferece mais riscos.

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