quinta-feira, 20 de maio de 2010

Claudio Fonseca defende a diversidade cultural e religiosa em SP


Em seu discurso realizado no Pequeno Expediente da Câmara Municipal nesta quinta-feira (19/5), o Professor Claudio Fonseca, líder do PPS, defendeu a diversidade cultural e religiosa na cidade de São Paulo. Veja a íntegra:

"Sr. Presidente, Srs. Vereadores, público que nos acompanha, é uma oportunidade altamente positiva suceder na tribuna o nobre Vereador Chico Macena, depois do seu pronunciamento. Quero cumprimentá-lo e assino embaixo das suas palavras, porque São Paulo tem uma história de acolhimento, tolerância e convivência com a diferença. Não à toa, temos uma cidade que recebeu, recepcionou muito bem, povos de 72 nacionalidades diferentes, tanto na nossa cidade, como no nosso Estado.

Se tomarmos o Marco Zero, da cidade de São Paulo, num raio de quatro quilômetros encontraremos japoneses, chineses, italianos, espanhóis, bolivianos, peruanos, pessoas que vieram de países africanos, essa é a marca da nossa cidade que os acolheu.

Se perguntarmos para cada um dos 55 vereadores desta Casa, como àqueles que nos acompanham, todos terão uma história associada a um imigrante ou um migrante, pessoas que vieram de diferentes pontos do Brasil, de diferentes cidades e estados brasileiros para procurar oportunidade. Muitos tiveram. Progrediram, conquistaram sucesso na vida, criaram seus filhos, conseguiram acesso à educação, puderam formar gerações que não tinham os mesmos instrumentais de conhecimento que as gerações anteriores tiveram.

Também fico preocupado – com o devido respeito a todos os Vereadores que vêm para a tribuna fazer seus pronunciamentos -, mas às vezes certas questões me surpreendem, porque não deixo de associar, uma marcha que é realizada, a Marcha para Jesus, com quatro milhões, três milhões de pessoas, como se anuncia frequentemente. A Marcha para Jesus tem um custo para a Cidade, para a sociedade, dispõe, inclusive, da promoção de infraestrutura da própria Prefeitura, nem por isso penso que deveríamos proibir, existem investimentos de toda a Cidade, de toda a sociedade.

Assim como há tratamento, que considero como desigual, àqueles que professam alguma fé religiosa, nos espaços onde realizam seus cultos, nas mais diversas manifestações religiosas. Pelo que sabemos, as igrejas têm imunidades e isenções. É um tratamento diferenciado promovido pelo Estado com as religiões ou não? Mas houve o convencimento de que era necessário por serem instituições que não visam lucro, umas até exageram, até questiono se não visam, de fato, lucro, formação de riqueza pessoal, ou de grupos econômicos e assim por diante. Mas existe tratamento diferente. A Câmara Municipal aprovou isenção não só para espaços onde se praticam cultos religiosos, mas também para áreas anexas a eles, até o estacionamento das igrejas.

Penso que é necessário que haja políticas que considerem e respeitem as diferenças, que eduquem as pessoas para tal, que não gera intolerância, que causa perseguição e violência por comportamento.

Não somos iguais. O positivo é que tenham políticas que levem a educação às pessoas e até respeitem determinados espaços, determinadas políticas públicas para determinados grupos. É muito bom que a cidade de São Paulo tenha políticas públicas voltadas a determinados segmentos, ainda que sejam segmentos identificados com comportamentos distintos daqueles que achamos convencional ou normal.

São Paulo – como dito – realiza a maior marcha da diversidade, a Marcha Gay – dita aqui – mas também a maior Marcha para Jesus. Queremos que os negros também realizem suas manifestações que expressem sua cultura, a forma como foram integrados, inclusive na chamada cultura brasileira, afro-brasileira, que chamo de Brasil. Somos uma mistura de pessoas, de diferentes continentes que vieram e que formaram esta grande Cidade, Estado e País. Muito obrigado, Sr. Presidente".

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