EDITOR-ASSISTENTE DE "PODER"
Após medir o dano político de eventual arquivamento de uma CPI na área do transporte público, faísca das manifestações de rua em São Paulo, Fernando Haddad manobrou para tomar controle das investigações, que prometem vasculhar as planilhas das empresas de ônibus.
Emparedado por requerimento do oposicionista Ricardo Young (PPS), o prefeito mobilizou sua bancada para apresentar pedido paralelo de apuração, subscrito por aliados e redigido sob supervisão cirúrgica do secretário João Antonio (Relações Governamentais), responsável pela articulação do governo com os vereadores.
Câmara aprova CPI dos Transportes apresentada por partido de Haddad
Com a aprovação, dará a seu núcleo político o comando irrestrito da comissão -o presidente deverá ser o petista Paulo Fiorilo e o relator, Milton Leite (DEM), recém-incorporado ao bloco governista e ligado a cooperativas de perueiros.
A hegemonia aliada na comissão ditará o rumo dos trabalhos e, sobretudo, o roteiro de depoimentos.
Haddad afasta, assim, o risco de ver secretários e assessores inquiridos em extenuantes sessões com ampla exposição midiática.
Além de "imunizar" seu primeiro escalão, em particular o titular dos Transportes, Jilmar Tatto, que também ocupou a pasta na gestão de Marta Suplicy (2001-04), o petista garante a prerrogativa de constranger antecessores.
A estratégia permite que Haddad compartilhe com Gilberto Kassab e José Serra o desgaste que enfrenta desde a autorização do reajuste de R$ 0,20 na tarifa -só revisto após a pressão popular.
Diante da configuração de forças na CPI e da fidelidade da ampla maioria haddadista, a chance de o relatório final alvejar o coração da atual administração é ínfima.
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