Foto - Luiz Souza - Câmara
Nem mesmo a gigantesca onda de protestos contra o alto preço e a ineficiência do transporte público na cidade sensibilizou o Governo a aceitar a aprovação pela Câmara da Comissão Parlamentar de Inquérito que pretende investigar o custo elevado do sistema, hoje com subsídios na casa de R$ 1,2 bi. O faturamento das concessionárias já é alvo de investigação do Ministério Público, conforme noticiou o jornal Folha de S. Paulo no último domingo.
Com o regimento interno da Câmara debaixo do braço, o líder do Governo na Câmara, vereador Arselino Tatto (PT), conseguiu nesta terça-feira (25/6) evitar a instalação da chamada CPI do Transporte Público, de autoria do vereador Ricardo Young (PPS) e referendada por 24 vereadores, entre eles o líder da bancada, Ari Friedenbach.
A presença de lideranças do Movimento Passe Livre e do Diretório Movimento de Coalizão Estudantil – que reúne alunos de diversos centros acadêmicos – não comoveu o representante do prefeito Haddad, que obstruiu qualquer possibilidade de votação de uma nova comissão de inquérito. Tudo ficou para quarta ou quinta-feira.
Na sessão desta quarta (26/5), Young vai tentar novamente aprovar a instalação de uma nova comissão de inquérito durante o prolongamento do expediente da Sessão Ordinária. Ele necessita de 28 votos. Se conseguir, precisará ainda de mais uma sessão ordinária para aprovar a CPI de sua autoria. Outro entrave é que existe um outro pedido de CPI semelhante protocolado pelo vereador da base Paulo Frange (PTB), que é de fevereiro e teria prioridade num eventual votação.
O regime da Câmara prevê que até cinco comissões possam ser instaladas e duas já estão em andamento - estacionamentos e exploração sexual infantil.
Contrário a CPI, o líder do governo na Câmara, Arselino Tatto (PT), defende que seja criada uma comissão de estudos dentro da Comissão de Transportes da Câmara para debater o assunto com a convocação de empresas e de especialistas no tema.
A disputa no plenário foi acompanhada por integrantes do Movimento Passe Livre, que deixaram o plenário protestando com gritos de "amanhã vai ser maior". Antes, enquanto definiam a ordem dos trabalhos, o MPL gritava "chega de manobra" e "vamos trabalhar" para os vereadores.
"Vários vereadores da base apoiaram a CPI e agora fizeram todas as manobras para que não possamos votar a instalação. Não se surpreendam se amanhã nós tivermos milhares de pessoas aqui em frente também à Câmara. E quantas pessoas serão necessárias para que o PT entenda que a CPI não é contra A, B, ou C, mas a favor da cidade?", questionou o vereador Ricardo Young.
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