Claudio Fonseca
Diante do fraco desempenho da maioria das escolas públicas no último exame do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, o atual ministro da Educação, Fernando Haddad, lançou na última semana a proposta de elevar de 200 para 220 os dias letivos anuais ou aumentar o número de horas de permanência do aluno na escola, hoje em 800 horas/ano.
Num primeiro momento, a proposta parece louvável e a intenção do ministro petista, possível candidato à prefeitura da cidade de São Paulo em 2012, das melhores. Afinal, investir em Educação deve ser a prioridade de todo governo, independente de agremiação partidária. Mas é preciso analisar a proposta de um outro viés.
A Educação não vai melhorar com o simples aumento do tempo do aluno na escola, sem oferecer novas e boas estruturas de funcionamento, sem investir na formação do professor e aumentar os salários e melhorar as condições de trabalho. Pior, além de não elevar a qualidade do ensino, a medida poderá agravar a degradação das relações intra-escolares.
Até 1996, ano da sanção da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o aluno estudava 180 dias por ano. Depois da LDB, passou-se para 200 dias e 800 horas. Agora, pergunto: o ensino melhorou de 1996 para cá? Segundo dados do último ENEM, não. Pelo contrário, tivemos uma sensível queda na educação no nível da educação nacional.
Contudo, não afirmo que é errado aumentar o tempo do aluno na escola, mas apenas destaco que a medida será falaciosa se não for acompanhada de um salto de qualidade na educação.
Não devemos confundir educação integral, que é o desenvolvimento pleno do aluno, com educação em tempo integral, que aumenta o tempo do aluno na escola, mas nem sempre oferece qualidade.
A estrutura básica da escola continua sendo a mesma de dois séculos atrás: alunos sentados nas carteiras, professor dando aulas expositivas, giz e lousa. Os meios de comunicação estão cada vez mais interativos e avançados tecnologicamente, mas a escola pública, infelizmente, está distante destes recursos.
Em todas as escolas municipais de São Paulo tem laboratório de informática, mas não em quantidade suficiente, e seu uso é bastante esporádico, não fazendo parte da rotina da sala de aula ou do aluno, assim como o uso da Internet.
Educação de qualidade significa avançar no conjunto da escola e, em especial, conceber a escola não como uma instituição de transmissão de conhecimentos, mas uma instituição bem equipada produzindo ao mesmo tempo em que se dá a apropriação do conhecimento, um espaço de socialização, convivência e intercambio cultural, afetivo e cognitivo. Nesta concepção de escola o aluno é o protagonista e o professor um facilitador de aprendizagem com condições de conhecer seus alunos e atendê-los de acordo com suas necessidades.
O tempo do aluno na escola é importante, mas muito mais importante é pensar como melhorar o que o aluno faz na escola.
Diante do fraco desempenho da maioria das escolas públicas no último exame do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, o atual ministro da Educação, Fernando Haddad, lançou na última semana a proposta de elevar de 200 para 220 os dias letivos anuais ou aumentar o número de horas de permanência do aluno na escola, hoje em 800 horas/ano.
Num primeiro momento, a proposta parece louvável e a intenção do ministro petista, possível candidato à prefeitura da cidade de São Paulo em 2012, das melhores. Afinal, investir em Educação deve ser a prioridade de todo governo, independente de agremiação partidária. Mas é preciso analisar a proposta de um outro viés.
A Educação não vai melhorar com o simples aumento do tempo do aluno na escola, sem oferecer novas e boas estruturas de funcionamento, sem investir na formação do professor e aumentar os salários e melhorar as condições de trabalho. Pior, além de não elevar a qualidade do ensino, a medida poderá agravar a degradação das relações intra-escolares.
Até 1996, ano da sanção da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o aluno estudava 180 dias por ano. Depois da LDB, passou-se para 200 dias e 800 horas. Agora, pergunto: o ensino melhorou de 1996 para cá? Segundo dados do último ENEM, não. Pelo contrário, tivemos uma sensível queda na educação no nível da educação nacional.
Contudo, não afirmo que é errado aumentar o tempo do aluno na escola, mas apenas destaco que a medida será falaciosa se não for acompanhada de um salto de qualidade na educação.
Não devemos confundir educação integral, que é o desenvolvimento pleno do aluno, com educação em tempo integral, que aumenta o tempo do aluno na escola, mas nem sempre oferece qualidade.
A estrutura básica da escola continua sendo a mesma de dois séculos atrás: alunos sentados nas carteiras, professor dando aulas expositivas, giz e lousa. Os meios de comunicação estão cada vez mais interativos e avançados tecnologicamente, mas a escola pública, infelizmente, está distante destes recursos.
Em todas as escolas municipais de São Paulo tem laboratório de informática, mas não em quantidade suficiente, e seu uso é bastante esporádico, não fazendo parte da rotina da sala de aula ou do aluno, assim como o uso da Internet.
Educação de qualidade significa avançar no conjunto da escola e, em especial, conceber a escola não como uma instituição de transmissão de conhecimentos, mas uma instituição bem equipada produzindo ao mesmo tempo em que se dá a apropriação do conhecimento, um espaço de socialização, convivência e intercambio cultural, afetivo e cognitivo. Nesta concepção de escola o aluno é o protagonista e o professor um facilitador de aprendizagem com condições de conhecer seus alunos e atendê-los de acordo com suas necessidades.
O tempo do aluno na escola é importante, mas muito mais importante é pensar como melhorar o que o aluno faz na escola.
As crianças não estão suportando ficar presas nas salas de aula, o ideal seria ter 4 hs de aula, diminuir o número de alunos por sala, ter professores especialistas para os deficientes e 2 h na sala de aula normal para socialização dos mesmos, colocar a repetência no 1º ano escolar, fico chocado quando vejo uma criança na 4ª série (atual 5º ano) sem saber ler e nem escrever, se os governantes tivessem mesmo interesse não fariam das escolas depositos, a inclusão na realidade exclue.
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