quinta-feira, 4 de abril de 2013

CPI: Terminal de cargas Fernão Dias tem exploração sexual infantil


Sítio da Câmara

Representantes da Coordenadoria de Assistência Social (CAS) da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) revelaram nesta quinta-feira que equipes de vistoria já presenciaram casos de exploração sexual infantil no terminal de cargas Fernão Dias, na Zona Norte de São Paulo.

As declarações aconteceram durante a reunião da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Exploração Sexual Infantil instalada na Câmara Municipal para investigar os locais onde ocorre esse tipo de violência contra menores.

A supervisora de assistência social da CAS Norte, Iria Pinto, revelou que os casos de exploração sexual acontecem, mas são difíceis de comprovar . “Existem muitos problemas próximos ao terminal, como exploração infantil, drogas, prostituição e roubo. Em uma das vistorias das equipes da Atenção Urbana foi presenciado um caminhoneiro com uma pessoa que aparentava ser menor de idade”, disse. Segundo ela, é necessário um trabalho conjunto para acabar com esse problema.

Para a relatora da CPI, vereador Patrícia Bezerra (PSDB), “é um absurdo que governo e população tenham consciência desta situação e nada ainda tenha sido feito até agora”.

O presidente do colegiado, vereador Laércio Benko (PHS), afirmou que pretende levar essa informação ao Executivo. “Assim que receber a ata dessa reunião vamos procurar a secretária (Luciana Temer) para falar sobre esse assunto. Não espero que um assistente social ou qualquer outra pessoa enfrente quem está cometendo o crime, mas é necessário que se faça a denúncia. Todos tem a obrigação de denunciar”, adiantou.

A técnica da Proteção Especial da SMADS, Fabiana Gouveia Pereira, explicou que a obrigação da pasta é promover ações de prevenção. “Desenvolvemos um trabalho para conscientizar a população para a prevenção e também fazemos o atendimento das pessoas”, disse. No entanto, Fabiana ressaltou a dificuldade de comprovar os casos de exploração infantil. “Apenas situações de abuso é que chegam até a rede e é difícil identificar a exploração sexual”, acrescentou.

Segundo as convidadas, além do Terminal Fernão Dias, existem áreas próximas ao Fórum João Mendes, no Centro, Ceagesp, na zona Oeste, e próximo ao futuro Estádio do Corinthians,  na zona Leste, onde também acontecem casos de exploração sexual infantil.

O vereador Coronel Camilo (PSD) afirmou que os policiais não tomam atitude porque não existe denúncia. “Os policias civil e militar nem sempre recebem as informações sobre o que está acontecendo e quando sabem de algo e vão investigar, as pessoas ficam com medo e não relatam o que sabem”, explicou. “A população precisa procurar essa CPI ou ligar para o Disque 181 ou 100 e dar detalhes do que viram. Não podemos ser indiferentes a esse tipo de situação. Exploração sexual infantil é crime e deve ser combatido”, disse.

A presidente Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Solange Agda da Cruz, deu explicações sobre as ações do grupo para acabar com a exploração sexual infantil. “O nosso trabalho é fazer a prevenção e discutir os problemas enfrentados por esses jovens”, afirmou.

O líder do PPS, vereador Ari Friedenbach, participou da reunião. 

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