Eleito sob as bandeiras da sustentabilidade e da Nova Política, o vereador Ricardo Young (PPS) completa os primeiros três meses de mandato na Câmara Municipal de São Paulo já com diversos exemplos de boas práticas na atuação parlamentar. Idealizador da Frente Parlamentar pela Sustentabilidade e da Subcomissão de Mobilidade Urbana na Casa, ele é adepto do trabalho “suprapartidário” – uma palavra presente em quase todos os seus discursos nas sessões plenárias. E aposta que até na Política a inovação é contagiante.
Segundas Paulistanas
Uma votação no Facebook elegeu o nome “Segundas Paulistanas” para os debates que trazem à Câmara Municipal, uma segunda-feira por mês, especialistas, autoridades e cidadãos interessados em propor soluções para a atuação do Poder Público em questões relevantes à vida em São Paulo – como crack, Plano Diretor e mobilidade urbana. Todos os vereadores são convidados ao debate e depois recebem um relatório com as sugestões levantadas. Os participantes podem se inscrever em um grupo de trabalho do gabinete de Young para acompanhar a implementação dos próximos passos após o evento, que visa a um mandato participativo e a ressignificação da Câmara, no sentido de torná-la uma referência na formulação das políticas públicas municipais.
Direto do plenário
Em dois minutos de vídeo,Young conta ao público o que foi discutido e como ele se posicionou em votações, além de dividir as descobertas sobre o funcionamento – regimental e cultural – da Casa. O diário “Direto do Plenário” vai para as redes sociais todo final de dia que tem sessão. Transparência quase em tempo real.
“Quero São Paulo assim”
Na semana do aniversário de São Paulo, Young convocou o olhar positivo e propositivo do cidadão sobre sua cidade, ao lançar o concurso fotográfico “Quero São Paulo assim”. A ideia é abrir o gabinete na Câmara Municipal para que os paulistanos registrem seu desejo por São Paulo. Todas as fotos recebidas ficarão expostas permanentemente no gabinete e as melhores serão exibidas em paineis em evento na Câmara no dia 29 de abril.
Sem favor
Um dos primeiros princípios estabelecido pelo mandato é a obrigação de responder a todos os pleitos da população, de modo que ninguém fique sem a informação necessária. Porém, o mandato não atende a demandas individuais e por isso propõe um exercício de cidadania às pessoas que entram em contato: que tal conversar com vizinhos ou envolvidos na situação que se quer mudar, colher assinaturas e fazer um pedido coletivo? “O público ainda se surpreende com nosso retorno. Mas, em geral, a reação tem sido de proatividade”, analisa Young.
Modo de preparo
Um mandato que visa à participação e à transparência não se constroi apenas das portas para fora. Isso logo se vê: o gabinete tem uma formação basicamente horizontal, ou seja, com hierarquia mínima. Os posicionamentos políticos são construídos em conjunto e decisões importantes são tomadas coletivamente nas reuniões de sexta-feira, que incluem todos os membros da equipe. Young também está formando um conselho multistakeholder, com lideranças de diversos setores da sociedade que possam aconselhar sobre o trabalho.
Outra base para as ações é o planejamento interno do mandato, que começou a ser elaborado em dezembro, com a formação da equipe, e está em fase de conclusão, já com metas e indicadores definidos. Uma consultoria externa monitora os resultados.
Novo jogo
“A Política é o exercício do possível na busca do bem comum. E só há o exercício do possível quando se vai além das crenças tradicionais da Política estabelecida”, formula Young, querendo dizer que há outras articulações possíveis além de se “jogar o jogo da Velha Política”.
Ele é um dos expoentes da Rede Sustentabilidade, mas não autoriza que ninguém da sua equipe colha assinaturas durante o horário de expediente para a criação do partido – ainda que uma parte do time seja de entusiastas do projeto.
Considerado em um “mandato-piloto” para o curso de formação de líderes da RAPS (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade), o vereador vê seu trabalho sendo referenciado entre seus colegas na Câmara Municipal de São Paulo. Como exemplo, além do fato de que outros vereadores também passaram a publicar os registros diários das suas atividades, Young destaca o poder multiplicador das Segundas Paulistanas: foi proposta uma Frente Parlamentar de Combate às Drogas no dia seguinte do debate sobre o crack – que teve a participação de vários vereadores.
Menos de um mês após o evento, o vereador Jean Madeira (PRB) deu seguimento ao debate, trazendo autoridades e especialistas para discutir o tema na Casa sob outras abordagens. O gabinete de Young, inclusive, reuniu-se com a equipe de Madeira e compartilhou estratégias para a organização do evento. Sim, porque “a autoria não é tão importante”, segundo o vereador que coleciona esses resultados como bons sinais “de que o tempo da Nova Política chegou.”
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