Roney Domingos
Do G1 São Paulo
Vereador do PPS dá nota 7 e diz que plano deixa a desejar e tem avanços
Vereadores paulistanos que fazem oposição ao prefeito Fernando Haddad (PT) ou que se declaram independentes da base governista fizeram críticas ao plano de metas apresentado pelo petista na terça-feira (26).
O plano consiste em cem objetivos que o prefeito se compromete a cumprir até 2016, entre eles a construção de 243 creches, 20 CEUs, três hospitais, 150 km de corredores de ônibus, 55 moradias, 32 unidades da Rede Hora Certa, 43 UBSs e a ampliação do quadro da Guarda Civil Metropolitana em 2 mil novos agentes. De acordo com o prefeito, a execução do plano custará entre R$ 22 bilhões e R$ 23 bilhões.
O predecessor de Haddad, Gilberto Kassab (PSD), foi o primeiro a trabalhar tendo como base um programa de metas. Ele apresentou em 2009 o documento Agenda 2012, com 223 metas, das quais cumpriu 123 em quatro anos.
O líder do PSDB, Floriano Pesaro, afirma que o plano é impossível de ser concretizado. Para o Gilberto Natalini (PV), o Arco do Futuro, um dos principais pontos do plano de metas, é "sonhático". Para Ricardo Young (PPS), o plano deixa a desejar, mas tem avanços.
Ligado ao ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), Police Neto afirma que Haddad leva vantagem sobre o antecessor, primeiro a ter a gestão avaliada pelo plano de metas. Haddad planeja ir à Câmara Municipal de São Paulo nesta quarta (26) para apresentar o programa de metas.
Pesaro afirmou nesta terça-feira que o programa de metas foi feito para acompanhar o programa de governo apresentado no programa eleitoral de Haddad, mas é "inexequível". Ele afirma que, nas áreas de saúde e assistência social, por exemplo, não prevê a contratação de profissionais necessários para ocupar novos equipamentos previstos.
“Na área de assistência social, a proposta é inexequível, porque em nenhum momento propõe a concursos públicos para assegurar o número de pessoas que novas unidades vão exigir. O mesmo ocorre na área da saúde. O prefeito não deixa claro se as ampliações vão ocorrer por meio de organizações sociais ou por meio de concurso público”, disse.
Para o vereador Gilberto Natalini (PV), Haddad terá dificuldade de cumprir o plano de metas. "Posso dar um exemplo do Arco do Futuro, que para mim é um projeto, para dizer de forma mais descontraída, absolutamente ‘sonhático’. É um projeto eleitoral que não tem condições de ser realizado em São Paulo", afirmou.
Para o vereador José Police Neto (PSD), ex-presidente da Câmara e um dos principais aliados do ex-prefeito Gilberto Kassab, é preocupante o fato de os conselheiros de metas eleitos em 2012 não terem acompanhado o processo.
Police afirma também que Haddad já é beneficiado em relação ao antecessor por não ter sido o primeiro a passar pela avaliação do plano de metas. Ele observa que o plano de metas de Haddad, assim como o de Kassab, aponta para a necessidade de criação de vagas em creches. E afirma que Haddad acerta ao chamar à responsabilidade os governos federal e estadual.
Para o vereador Ricardo Young (PPS), Haddad foi mais cuidadoso do que Kassab porque estabeleceu um número menor de metas. O petista apresentou 100 contra 223 da Kassab. A metas de Haddad foram articuladas em três eixos e consideraram a questão da territorialidade. “Me pareceu um trabalho de planejamento mais bem feito", afirmou.
Young, no entanto, critica a falta de aderência do plano de metas de Haddad à plataforma Cidades Sustentáveis, assinada pelo candidato.
Segundo ele, o eixo principal do plano de metas repete a preocupação do governo federal de combater a pobreza e promover a inserção social. Segundo Young, o segundo grande eixo do plano de metas é o Arco do Futuro que, segundo o vereador, parece querer dispensar a discussão do plano diretor, cuja revisão deverá ocorrer neste ano. Ainda segundo Young, o programa de metas é pouco ousado em relação a questões ambientais e qualidade de vida. “A minha nota é um sete. Deixa a desejar, mas tem avanços”, afirmou.
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