quarta-feira, 11 de março de 2009

Grupos de defesa da mulher protestam na reunião da Comissão de Saúde


Roberta Rosa – Liderança do PPS

Na semana em que se comemora pelo mundo o Dia Internacional da Mulher, a Comissão de Saúde, Promoção Social, Idoso, e Mulher aproveitou a reunião desta quarta-feira (11/3) para prestar uma homenagem às mulheres, promovendo um debate sobre a saúde da mulher.

Participaram da mesa a presidente da Comissão, Juliana Cardoso (PT); a vice Sandra Tadeu (DEM); os vereadores Cláudio Prado (PDT); Carlos Bezerra Júnior (PSDB); Jamil Murad (PCdoB); a médica ginecologista e obstetra do Hospital das Clínicas; Dra. Fátima Duarte, que na oportunidade representou a Secretaria Municipal de Saúde; Julio Maia, coordenador técnico da Saúde da Mulher da SMS; conselheiras do Movimento Popular de Saúde Vila Carrão e Vila Formosa, Ivone de Souza Martins, Emília Ribeiro Gonçalves e Hortência Camargo Alves Silva; e Rosa de Lourdes Azevedo Santos, do Conselho Diretor da Rede Feminista da Saúde, indicação do Dr. Milton Ferreira (PPS), que não esteve presente na reunião devido a problemas de saúde.

A Dra. Fátima Duarte abriu os debates, trazendo à tribuna o sofrimento da mulher em suas diversas esferas. A especialista cobrou dos representantes do povo saúde pública de qualidade para as mulheres, além de questionar as diferenças salariais entre homens e mulheres. A médica apontou o crescimento entre as mulheres de doenças que antes eram tidas como enfermidades masculinas, como o infarto, o AVC (Acidente Vascular Cerebral), entre outras. Dra. Fátima Duarte finalizou dizendo “que ainda temos muito a avançar no atendimento público de saúde para as mulheres da cidade de São Paulo”.

Em seguida, a palavra foi aberta às conselheiras do Movimento Popular de Saúde. As três representantes foram unânimes ao abordarem a falta de um centro de especialidades médicas na região de Vila Carrão/V. Formosa. Ambas também salientarem que é importante estimular a luta das mulheres mais jovens por um atendimento de saúde melhor, mais digno. Nesse momento, as três foram ovacionadas pela platéia.

O Coordenador técnico da Saúde da Mulher, Julio Maia, trouxe os resultados da atuação da Secretaria Municipal de Saúde, mostrando o empenho da Secretaria em melhorar o serviço de atendimento à mulher. E deu exemplos: o “Mãe Paulistana”, que reduziu de forma significativa, segundo ele, o número de nascidos mortos de mães adolescentes; prevenção de DST(s) com palestras, ampliação da coleta de exames papanicolau, que tem o intuito de prevenir o câncer no colo do útero. Sua fala provocou manifestações de desaprovação da platéia presente.

A representante da Rede Feminista de Saúde, Rosa de Lourdes fechou o debate e disse que “ainda não há o que se comemorar no Dia Internacional da Mulher”. Ela defendeu o Sistema Único de Saúde – SUS, mas lamentou a fragmentação no seu atendimento. Lourdes trouxe à tona a questão do direito da mulher de fazer aborto, independentemente de suas circunstancias e lembrou que “a mulher não faz aborto para sentir orgasmo e nem para ter o que contar para as suas amigas”.

Rosa de Lourdes também lembrou da realidade das mulheres em situação de rua, que não contam com atendimento de saúde adequado e alertou que a sociedade não pode fechar os olhos para essas pessoas. Ela abordou a questão da “privatização” do setor, citando as parcerias do Município com as organizações de saúde. “Isso acaba englobando a questão salarial e a falta de plano de carreira dos servidores públicos de saúde, acarretando em desmotivação dos funcionários e, conseqüentemente, um mau atendimento aos pacientes”.

No final, ela deixou uma mensagem: “Vamos fazer uma reflexão sobre o aborto, saindo do campo do julgamento e entrando no campo da humanização no atendimento das mulheres”, encerou.

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